A Chegada
Arrival
A Chegada é o filme que tem unido nações críticos e público como nenhum filme com personagens da DC Comics conseguiu esse ano. Mas será que é tudo isso mesmo? Well, dei uma chegada no cinema para conferir esse e ver se rola a gente até ficar com alguma esperança nesse Blade Runner 2, que Villeneuve prepara.
Num belo dia ordinário como outro qualquer, naves extraterrestres surgem em vários pontos do planeta. A linguista Louise Banks (Amy Adams) é procurada por militares para traduzir os sinais e descobrir o que os alienígenas querem. A política e o medo do desconhecido podem atrapalhar a tentativa de comunicação. A comunicação, alias, é o mote principal do filme. Villeneuve discute as sutilezas da linguagem e a percepção do tempo (que me lembra o ainda superior Contato, de Robert Zemeckis), com uma manjada montagem não linear.
A bela trilha de Jóhann Jóhannsson ajuda bastante o diretor na construção do clima, assim como a competente fotografia de Bradford Young, que evoca as produções chatinhas recentes de Terrence Malick. Ainda assim, o filme passa longe do deslumbre visual de grandes clássicos da ficção cientifica como 2001 ou, veja só, Blade Runner.
De começo, ao ser apresentado ao drama da protagonista, cheguei a pensar que o filme cairia em armadilhas melodramáticas, mas até que não. Por falar em protagonista, belíssima atuação de Amy Adams. Por causa das colaborações recentes com Zack Snyder até esqueço que ela não é má atriz.
Com roteiro amarradinho, A Chegada sucumbe no final ao velho clichê no qual China e Rússia tiram conclusões precipitadas, quase iniciam uma guerra e o mundo é salvo por uma estadunidense, risos.
Já chamam Villeneuve por ai de “novo Kubrick” como fizeram com certo diretor de Interestelar. Não pessoal, menos. Villeneuve faz um filme por ano.
3.5/5.0 |
MARC TINOCO
Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios não necessariamente nessa ordem.