Starcrash

Direção: Luigi Cozzi
Elenco: Caroline Munro, Marjoe Gortner, Joe Spinell, Christopher Plummer, David Hasselhoff, Robert Tessier, Nadia Cassini.
Itália, 1978


Starcrash é uma das melhores imitações de Guerra nas Estrelas realizadas nos anos seguintes ao lançamento do filme clássico de George Lucas. A produção italiana, de 1979, é dirigida por Luigi Cozzi, que aqui usa o pseudônimo de Lewis Coates.

Os dois protagonistas do filme são a decotada Stella Star (a belíssima Caroline Munro) e Akton (Marjoe Gortner), uma versão live-action nariguda do Anjinho das histórias do Mauricio de Souza, com cara de pateta. Os dois contrabandistas espaciais são recrutados pelo Imperador (que aqui é mocinho e interpretado shakespearenemente por Christopher Plummer) para deter o Conde Zarth Arn, uma mistura de Darth Vader e Zé do Caixão interpretado loucamente por Joe Spinnel, o único que parece não está levando o filme a sério.


Os heróis aceitam a missão e ganham a companhia de Thor (que não é o da Marvel, mas Robert Tessier interpretando um alienígena com tinta verde nas fuças) e Elle, um RoboCop gay androide que faz as vezes de C3PO. A trupe deve localizar o planeta onde o vilão escondeu uma arma poderosíssima, e, se der tempo, encontrar o filho do imperador que desapareceu em missão anterior. O filho do monarca é ninguém menos, ninguém mais que o mito David Hasselhoff.


Em sua cruzada, o grupo para de planeta em planeta e vai se deparando com as mais diversas “raças alienígenas”. Meu favorito é o planeta das amazonas onde temos a durona Stella Star enfrentando uma tropa de gostosas em trajes mínimos, lideradas por Nadia Cassini, e nossos heróis ainda são perseguidos por um colosso tetudo com dificuldades de locomoção. Sem contar que rola ainda uma traição inesperada.


Aliás, Starcrash é cheio de surpresas. Do nada, Akton revela ter surpreendentes poderes. O cara é capaz de manejar um sabre de luz, curar os feridos e prever o futuro! Habilidade que ele evita usar porque a lei proíbe (?!) Apesar disso, ele não evita a própria morte por motivos de roteiro. Vale destacar ainda um confronto sensacional com robôs em stop-motion e a invasão final a base do Conde, com muitas reviravoltas.


Starcrash é divertido pra caramba, diga-se. Roteiro caótico, efeitos paupérrimos, naves visivelmente de brinquedo, trajes extravagantes, lutas mal coreografadas e atuações bisonhas. O ritmo, porém, é bem ágil e não deixa o negócio ficar cansativo ou repetitivo.

Os maiores destaques vão para a trilha sonora do consagrado John Barry (de vários filmes de 007) e para as curvas da linda Caroline Munro, musa da Hammer na época e bondgirl má de 007- O Espião que me Amava. Sua Stella Star é um misto de Han Solo e Princesa Leia com um quê de Barbarella. Quase não se presta atenção em outra coisa quando a beldade está em cena.


É possível perceber que Luigi Cozzi não era apenas um mero imitador de Lucas, mas certamente também um grande fã de aventuras espaciais. Seu trabalho transborda paixão e até uma criatividade muito louca (o planeta de gelo veio bem antes daquele do Lucas em O Império Contra-Ataca, por exemplo).

4.0/5.0

Stella Star S2


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MARC TINOCO

Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios não necessariamente nessa ordem. 


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