Review – Hulk (2003)
Hulk
Diretor: Ang Lee
Elenco: Eric Bana, Jennifer Connelly, Nick Nolte, Sam Elliott e Josh Lucas.
EUA, 2003
Em 17 de Junho de 2003 estreava lá na Terra do Tio Sam, Hulk, adaptação do personagem da Marvel, criado por Stan Lee e Jack Kirby. No Brasil, o filme chegou em 27 de junho, ou seja, estou exatamente, um mês atrasada com esse Review. Mas, enfim, são dez anos desse longa-metragem que divide opiniões.
Já vi este filme figurar em listas de piores adaptações de HQs, mas, sinceramente, é um dos meus filmes preferidos. Não apenas adaptação de HQ, mas no geral mesmo. Ang Lee toma liberdades sim (afinal, é uma adaptação), mas consegue transpor para a tela a essência do personagem, que não é um herói, mas uma figura trágica, como o Dr. Frankestein ou Dr. Jekill.
A verdade é que as pessoas não gostam do Hulk. Afirmo isso porque, de maneira geral, o Hulk mais bem aceito foi o mascote simpático de Os Vingadores. Na época de Hulk, a maior reclamação era de que o filme era chato e possuía pouca ação, mas, O Incrível Hulk, de 2008, filme com mais sequencias de ação, porém que mantém o tom dramático do personagem, também não agradou. Exatamente por isso, a Marvel se vê com problemas para lançar outro filme do personagem, já que o Hulk bonachão de Vingadores não sustentaria um filme sozinho, ao passo que o Hulk trágico das HQs não agrada o publico.
Hulk começa, nos crédito iniciais (acompanhados do excelente tema de Danny Elfman), mostrando o pai do protagonista Bruce Banner, Dr. David Banner testando sua fórmula em si mesmo, e, sem querer, passando alterações genéticas para seu filho. Trinta anos depois, Bruce Banner também é um cientista que se dedica a um projeto semelhante, embora ele não saiba, pois acredita que seu pai esteja morto. Durante, um teste, Bruce sofre um acidente envolvendo radiação gama. A radiação, juntamente com as alterações genéticas, que ele carrega desde sua concepção, o transformam em uma criatura gigantesca e furiosa, que justamente aparece em momentos de stress elevado e raiva.
Através dessa trama, Ang Lee nos entrega um drama psicológico, muito bem desenvolvido, dando a oportunidade de seu elenco brilhar. Na minha opinião, Edward Norton, em O Incrível Hulk, é quem melhor interpretou o Dr. Banner, mas Eric Bana também se sai muito bem na pele do homem contido, frágil, cheio de lembranças e emoções reprimidas, por vezes, parece que ele vai literalmente explodir, com tanto ódio represado.
Aliás, é muito interessante o modo como o relacionamento entre Bruce e Betty reflete seus próprios pais. Betty se parece, fisicamente e no jeito doce, com a mãe de Bruce (interpretada por Cara Buono ) e, por sua vez, escolheu para amar um homem tão distante e complexo quanto seu pai, o General Ross (Sam Elliott). Floyd curtiu.
Vilão entre aspas, porque em Hulk não há maniqueísmo, não há um herói vs. um vilão malvado. Pois é inegável, que apesar dos atos terríveis cometidos por Banner pai, seus sentimentos pelo filho são genuínos, mesmo que seja um jeito de amar um tanto torto, manipulador e carregado de um sentimento de posse, já que seu filho, também é o resultado de seu trabalho, de suas pesquisas.
Ainda sobre os efeitos, acho a movimentação, textura e cor da pele, melhor em O Incrível Hulk e Os Vingadores, o que é natural, já que estes são mais recentes. Entretanto, acho que a Industrial Light & Magic faz um trabalho impressionante com as expressões faciais. Em nenhum dos filmes posteriores o Hulk é tão expressivo. Suas expressões são riquíssimas, ele aparece não apenas furioso e calmo, mas também triste, curioso, contemplativo e etc.
Para encerrar, o tema criado por Danny Elfman: