Sucessos alternados com b-sides e ativismo marcam o show do Pearl Jam no Rio de Janeiro
Polêmica do poster
Cada apresentação do Pearl Jam ganha um poster especifico, com referência a cidade. O do Rio de Janeiro traz aves da nossa fauna armadas. A arte dividiu opiniões, porque muita gente achou que reproduz o \”estereótipo\” do Rio de Janeiro dominado pela violência (é estereótipo sendo verdade?), mas, por conta do armamento militar, pra mim o poster é uma crítica à Intervenção Militar.
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Royal Blood
Claro que eu não perderia este show. Infelizmente, por conta do transito usualmente caótico na hora do rush, só cheguei a tempo de pegar os vinte minutos finais da Royal Blood, que abriu o show pontualmente às 19h30. Mas, do que vi, curti o duo britânico, que já conhecia via spotify. Uma pena que a organização não pensou nos contratempos que atrasariam o público. Se a apresentação tivesse começado mais tarde, mais gente teria a oportunidade de assistir e/ou conhecer uma das bandas mais interessantes do Rock atual.
A organização deve ter se tocado do problema e o Pearl Jam só subiu no palco por volta das 21h20, quando a galera já tinha chegado em peso.
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Maracanã cheio
Quando cheguei no Maraca, até pensei que teríamos um show esvaziado, ainda mais que quarta-feira não é um dia que favoreça quem vai trabalhar no dia seguinte, tipo eu mesma. Mas, me enganei feio. As pessoas foram chegando aos poucos, mas não paravam de chegar. E por volta das 08h30 já estava cheio. Segundo os números que tive acesso, foram cerca de 50 mil presentes, bem mais que o Foo Fighters, que aconteceu em um domingo.
Enquanto aguardávamos o inicio do show, o telão mostrava explicações sobre o projeto em parceria com a Conservation International (CI) Brazil, que visa compensar as emissões de carbono durante a tour pelo país. Estima-se que a turnê do Pearl Jam pelo Brasil será responsável pela emissão de 2,5 mil toneladas de dióxido de carbono (CO₂) a partir de distintas atividades. Para compensar o dano, a banda destinará, aproximadamente, US$ 50 mil para o projeto da Reserva do Uatumã, localizado no estado do Amazonas. Com o dinheiro investido pelo Pearl Jam, serão plantadas 20,6 mil árvores. A área utilizada será de 8 hectares, o equivalente a 80 mil metros quadrados.
Homenagem à Chris Cornell
A primeira imagem a surgir telão mostra as costas do baterista Matt Cameron. Ele veste uma camisa com uma ilustração do rosto de Cris Cornell.
Se você está por fora da história das bandas grunge (recomendo o documentário de Cameron Crowe, Pearl Jam Twenty) o Pearl Jam nasceu dos escombros do Mother Love Bone, banda que chegou ao fim após a morte do vocalista Andrew Wood por overdose de heroína. Cornell que era muito amigo de Wood sempre apoiou que Stone Gossard (guitarra) e Jeff Ament (baixo) prosseguissem e formassem outra banda. Ele também apresentou o guitarrista Mike McCready aos rapazes. Quando a banda escolheu Eddie Vedder como vocalista, Cornell meio que o \”adotou\”. Matt Cameron, que tem sido o responsável pelas baquetas do Pearl Jam nos últimos 20 anos, foi originalmente baterista do Soundgarden, até a dissolução da banda em 1997. Em outras palavras, Chris Cornell é crucial na história do Peal Jam e seu falecimento no ano passado não seria ignorado.
Mas, voltamos ao show. Como é de praxe, o Pearl Jam não repete setlist em shows e aqui e ali podem surgir b-sides no meio dos grandes hits. A desse show começou com Release, presente no álbum de estreia da banda, Ten, de 1991. Logo em seguida, foi a vez de Low light e Elderly woman behind the counter in a small town. Na sequência Go, All night e Animal.
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Ao fim da performance, Eddie Vedder conversou naquele português enrolado com a plateia. Meio difícil de entender, mas acho fofo o esforço em se comunicar na nossa língua.
Em seguida tivemos Given to fly, a menos conhecida In hiding e o mega-hit Jeremy. Corduroy é a próxima, seguida por Even flow, Immortality e Wishlist. A banda entrou, então, no álbum Lightning bolt, o mais recente, de 2013, com duas canções em sequência: Mind your manners e a canção-título. Depois, Garden e o single lançado na semana passada, Can\’t deny me. Nessa hora, Will Ferell Chad Smith, baterista do Red Hot Chilli Peppers subiu ao palco para uma participação especial.
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O tema da canção fez Vedder voltar a se dirigir ao público: \”O povo deve ser o líder\”, afirmou. Porch fechou essa parte do show, com solo prolongado de Mike McCready. Passado cerca de 10 minutos, a banda voltou ao palco com Sleeping by myself, do disco Ukelele songs, da carreira solo de Vedder , Inside job, Daughter, Do The Evolution e Black, obviamente cantada de forma apaixonada pela plateia.
À essa altura, o vinho já tinha feito e entender o português de Vedder ficou ainda mais difícil, mas ele dedicou a canção seguinte às mulheres:
\”A próxima canção é para todas as mulheres fortes de nossas vidas. Mães, filhas, irmãs e namoradas. Só os homens fracos não apoiam as mulheres. Esta música é para os homens que são fortes o bastante e que ajudam na luta pela igualdade\”, disse antes de tentar três vezes iniciar Living here, do Who (- Vedder vá pra casa, você está bêbado! Mentira pode continuar tocando).
Em seguida, temos Blood, Better man, Alive, que Vedder cantou a letra errada, trocando estrofes (bêbado hahaha). Acho impressionante como o Eddie Vedder bebe, corre, pula, sobe e desce do palco e não perde o fôlego. A voz continua impecável. A canção seguinte foi o cover de Neil Young, Rockin\’ in the free world, em que Chad Smith retornou ao palco, agora acompanhado Josh Klinghoffer, guitarrista do RHCP. Yellow ledbetter encerrou está puta apresentação, em que saí meio rouca de tanto cantar junto durante quase 3h.
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Veja abaixo o setlist do show:
1- Release
2- Low Light
3- Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town
4- Go
5- All Night
6- Animal
7- Given to Fly
8- In Hiding
9- Jeremy
10- Corduroy
11- Even Flow
12- Immortality
13- Wishlist
14- Mind Your Manners
15- Lightning Bolt
16- Garden
17- Can\’t Deny Me
18- Porch
BIS
19- Sleeping by Myself
20- Inside Job
21- Daughter
22- Do the Evolution
23- Black
24- Leaving Here
25- Blood
26- Better Man
27- Alive
28- Rockin\’ in the Free World
29- Yellow Ledbetter
Quanto a mim, não recomendo ir a shows quando você precisa acordar à 5h00 para ir trabalhar. Passei o dia basicamente assim no trabalho:
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Na real, recomendo sim. Valeu a pena.
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