Captain Marvel
Diretor: Anna Boden, Ryan Fleck
Elenco: Brie Larson, Samuel L. Jackson, Jude Law,
Ben Mendelsohn, Lashana Lynch, Annette Bening, Djimon Hounsou, EUA, 2019
Tá bom, eu sei que o filme já está saindo de cartaz, Endgame já estreou, Marc e Dri já até falaram sobre aqui e também já falaram da Capitã Marvel aqui, mas eu já havia escrito esse review e a correria do dia a dia me impediu de postar. Aproveito para acrescentar umas coisas após assistir Vingadores Ultimato. Sem spoilers.
Capitã Marvel que já bateu mais de um bilhão em bilheterias e perdeu o posto de filme mais visto no Brasil em 2019 até aqui exatamente para Endgame traz a marca de ser o primeiro filme do MCU totalmente protagonizado por um mulher. Tinha uma galera propondo boicote e dizendo que quem \”lacra\” não lucra. Interessante que dizem não haver racismo e machismo, mas só propuseram boicote a Capitã e ao Pantera Negra, que tem o protagonismo negro. Bom, ambos lucraram muito, estão entre os mais vistos da Marvel, e todos sabem que tal qual o Pantera as temáticas de cunho social e político são panos de fundo, no mais são como a maioria dos filmes do MCU.
Ambientado nos anos noventa o filme mostra Carol Danvers (Brie Larson), ex-piloto da aeronáutica que se junta à Força Estelar, equipe militar Kree, e se torna uma poderosa heroína, ela volta à Terra com dúvidas sobre seu passado, buscando a própria identidade, ao mesmo tempo que está envolvida no confronto dos Kree com os Skrull. Na Terra ela conhece e é ajudada por Nick Fury (Jackson), além de sua ex colega da Força Aérea Maria (Lynch).
Capitã Marvel funciona bem como filme de origem. O melhor é que o casal de diretores, com poucos trabalhos no currículo, consegue quebrar a estrutura mais batida de filme de origem. Vemos relances da juventude e do treinamento de Danvers, enquanto ela também está descobrindo sua identidade, ao invés de contar toda a história.
O elenco como um todo funciona. A trilha sonora repleta de sucessos dos anos noventa foi criticada por alguns por não surpreender. Se trata de um filme da Marvel para o grande público, não era pra esperar uma trilha alternativa, além disso uma trilha com Garbage, Nirvana, Hole, etc., sempre vai bem. Não faltam referências aos anos noventa como a blusa do Nine Inch Nails.
Algumas pessoas chegaram a dizer que é um dos mais fracos filmes da Marvel, até comparam com Thor: O Mundo Sombrio, não concordo nem um pouco. Tudo bem que há cenas que os efeitos especiais não são tão perfeitos e as cenas de ação podem não ser tão boas quanto de Guerra Infinita e Soldado Invernal, por exemplo, mas até aí dá na mesma que O Pantera Negra, que também tem problemas nos efeitos e em cenas de ação. Diferente do Thor segundo aqui o filme é redondo, o humor entra bem e não há personagem sobrando. Melhor filme de heroína, não há homem salvando o dia no final, não há vilões caricatos, nem a heroína caindo de amores por ninguém.
Brie Larson está mesmo fodástica como a superpoderosa, a cara de poucos amigos criticada por alguns, tem tudo a ver com a personagem, capitã da Força Aérea que teve que suar muito para chegar a esse posto. Pena que em Endgame a Marvel não aproveitou a Capitã como deveria.
Conforme Marc falou no Papo de Iglu, tanto papo de representatividade e chega na hora a tríade principal de heróis do MCU continua sendo composta apenas por homens e brancos, diferente da DC que tem há muito tempo a Mulher Maravilha na sua tríade ao lado do Super homem e do Batman. Parando para pensar, antes dos desenhos dos X-men nos anos noventa, com a Tempestade e a Vampira, e os filmes recentes, com a Viúva Negra e companhia, a personagem feminina da Marvel mais conhecida era a Mary Jane; mas, heroína super poderosa conhecida para além do leitor hard, não havia. Agora há e a Marvel perdeu uma grande chance de já no último Vingadores consolidar a Capitã Marvel como uma das sua principais forças. Torço para que isso aconteça no seu segundo filme e próximos lançamentos.