Batman e Robin
Direção: Spencer Gordon Bennet
Elenco: Robert Lowery, Johnny Duncan, Lyle Talbot, Jane Adams.
EUA, 1949
Batman e Robin foi o segundo seriado para cinema com o morcego. Alguns elementos até fazem seus 15 episódios em preto e branco serem ligeiramente mais divertidos de acompanhar do que os 15 do seriado anterior de 1943, mas, isso não quer dizer muita coisa, né?
Nada de vilão “japonês” com vozinha irritante dessa vez. Com o fim da Segunda Grande Guerra, não temos mais espaço para elementos racistas. Batman e Robin não são mais agentes de governo e voltam a ser apenas os vigilantes que conhecemos dos quadrinhos. O comissário Gordon aparece aqui, assim como a repórter Vicki Vale. Alfred é apenas mordomo e não dirige mais para a dupla dinâmica que continua guiando o mesmo carro de Bruce Wayne pois produção pobre, sem grana para fazer um batmóvel.
O vilão da vez é um tal de Mago. Não, ele não é um feiticeiro, mas apenas um sujeito vestido com uma roupa de luta livre, tal qual o encapuzado de Watchmen do Alan Moore (perdão, O Escritor Original). O Mago lidera uma quadrilha que rouba um aparelho capaz de fazer qualquer coisa que o roteiro necessitar. Batman e Robin são designados para impedir os planos do vilão e a partir dai temos uma sucessão de acontecimentos, as vezes sem muito nexo, que vai da morte de um falso Batman ao vilão adquirindo capacidade de ficar invisível. O Mago ainda tem uma identidade secreta que só será revelada no episódio final, de forma bisonha. Uma revelação digna de novela mexicana ainda por cima.
Essa segunda aventura em live action do cruzado de capa perde para a anterior no quesito vestuário. Não que os uniformes daquele seriado fossem maravilhosos, mas aqui a coisa é muito lamentável. O defunto que vestia o uniforme do Batman era maior que o ator Robert Lowery e as orelhas de morcego parecem mais chifrinhos de diabo de desenho animado. O Robin de Johnny Duncan é fortinho demais e não convence muito com a mascara ridícula de baile de carnaval.
A ação ainda é fraca, mas esse Batman apanha menos que o anterior. Ainda assim ele quase não usa suas traquitanas. Temos um bat-sinal que fica na sala do comissário Gordon e ele usa de dia pois raramente tem noite nessa Gotham City. Batman outra vez não briga em becos, vielas pois os bandidos preferem a área rural da cidade. O Mago, como é comum nesses seriados, fica na maior parte do tempo em seu esconderijo mexendo na maquininha e mandando seus capangas executarem seus planos mirabolantes, mas a ineficiência desses é tanta que ele mais tarde começa a atuar pessoalmente nas missões.
Batman e Robin começa a se perder tanto que nada parece fazer mais sentido em seu roteiro, conforme avançam os capítulos. Temos, por exemplo, um personagem cadeirante que esconde poder andar, mas que nos últimos capítulos o faz na frente de todo mundo e ninguém diz nada. Será que dormi em algum momento e ele revelou que foi curado por algum pastor da televisão? Batman e Robin é isso. Um seriado B feito com troco da pinga que vale pelo humor involuntário, porém sem o carisma do elenco da série do Superman, que também é comandada pelo diretor Bennet.
2,0/5.0 |
MARC TINOCO
Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios não necessariamente nessa ordem.