Robot Keiji K 1973

Critica – Robot Keiji K (1973)

Título:Robot Keiji K
Título Original:Robotto Keiji
Produção:Toei
Direção:Atsuo Okunaka, Itaru Orita, Issaku Uchida, Minoru Yamada
Roteiro:Shotaro Ishinomori, Shozo Uehara, Shôichi Nakayama, Masaru Igami
Elenco:Shûsei Nakamura, Jirô Yabuki/ Jiro Chiba, Kaku Takashina, Yumiko Kaga, Keiko Kurenai
País:Japão
Ano:1973

Série curtinha, Robô Detetive K mistura Noir e Sci-Fi e luta-livre

Com uma envolvente fusão de ficção científica e policial noir, Robot Keiji K é, uma das séries mais divertidas da Toei que já assisti. Além disso, conta com um dos protagonistas mais carismáticos da produtora.

Adaptada de um mangá de Shotaro Ishinomori, publicado na Shonen Magazine em 1973, a série foi ao ar no mesmo ano, contando com um total de 26 episódios. Seu protagonista é o Detetive Robô K (ou simplesmente “K”), um herói singular no gênero, pois, ao contrário de muitos, não possui uma forma humana. No entanto, fora dos combates, ele se veste como qualquer pessoa. Usa até uma boina que nenhum vento consegue derrubar. Além disso, sua personalidade é praticamente humana.

K é designado para trabalhar ao lado dos policiais Daizo Chiba e Tsuyoshi Shinjo. Enquanto Shinjo aceita bem o novo parceiro, Chiba, mais experiente e tradicionalista, rejeita a ideia de dividir seu trabalho com um robô. Seu desprezo por K vem do temor de que, em breve, todos possam ser substituídos por máquinas sem emoções. Essa dinâmica de buddy cop movie, combinada com uma leve inspiração em Eu, Robô, de Isaac Asimov, é um dos grandes encantos da série. Além disso, as cenas de luta são um espetáculo à parte.

Robot Keiji K foi a primeira série da Toei a contar exclusivamente com os dublês da Japan Action Club (JAC), fundada por Sonny Chiba, na realização das cenas de luta. O principal antagonista de K é a organização BAD (sim, a organização é “ruim” até na escolha da sigla), um grupo criminoso que utiliza robôs para cometer seus delitos.

Os confrontos físicos entre K e esses robôs trazem elementos inspirados na luta-livre, com seus golpes exagerados. Esse toque faz com que as lutas remetam tanto às brigas cômicas dos programas dos Trapalhões quanto às pancadarias desenfreadas dos filmes estrelados por Terence Hill e Bud Spencer. Em muitos momentos, a ação assume um tom quase circense, inesperado para os combates entre “robôs”.

À medida que a trama avança, Chiba começa a aceitar melhor seu parceiro mecânico, superando gradualmente sua resistência inicial. Paralelamente, mistérios sobre a origem de K começam a surgir, especialmente em relação à sua enigmática “mãe”, a quem ele recorre sempre que precisa de reparos. Com o tempo, torna-se evidente que essa figura tem uma conexão com a organização BAD.

Pode-se dizer que, junto com Kikaider, Robot Keiji K foi um precursor do que mais tarde se tornaria o gênero Metal Hero nos anos 80. Spielvan, por exemplo, também enfrentava robôs em vez de monstros. No entanto, um exemplo claro dessa influência está em Janperson, outro policial robótico carismático que, assim como K, não possui forma humana e veste roupas comuns, fazendo “strip-tease” antes de entrar em combate. A Dri chegou a prestar uma homenagem a essa peculiaridade de K em vídeo, utilizando um clássico do funk carioca como trilha sonora.

Pilotando o imponente carro voador Joker (?), K é um robô estiloso que combina a destreza de um verdadeiro detetive com lutas cheias de energia, no melhor estilo Ted Boy Marino (uma referência que só os coroas conhecem). A série, curtinha, entrega diversão com eficiência.

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