critica Kamen Rider Gaim

Crítica – Kamen Rider Gaim (2013)

Título:Kamen Rider Gaim
Título Original:Kamen Rider Gaim
ProduçãoToei
Direção:Hidenori Ishida, Satoshi Morota, Takayuki Shibasaki, Osamu Kaneda, Ryuta Tasaki, Shôjirô Nakazawa, Kyohei Yamaguchi
Roteiro:Gen Urobuchi, Jin Haganeya, Nobuhiro Mouri, Toriko Nanajo
Elenco:Gaku Sano, Yuumi Shida, Mahiro Takasugi, Yutaka Kobayashi, Yuki Kubota, Gaku Matsuda, Minami Tsukui, Metal Yoshida, Tomomitsu Yamaguchi, Kazuki Namioka
País:Japão
Ano:2013 a 2014

complexidade dos personagens enriquecem a série

Kamen Rider Gaim é um exemplo perfeito da máxima “não julgue um livro pela capa”. À primeira vista, a proposta de uma série de Kamen Rider inspirada em frutas soa estranha, até boba, transmitindo a impressão de que nada muito interessante poderia surgir desse conceito. O início também não ajuda muito: vemos grupos de dança disputando territórios e promovendo rinhas com criaturas em um esquema que lembra muito Pokémon. Mas, pouco a pouco, a trama revela sua verdadeira força, mergulhando em conspirações complexas ligadas a uma dimensão paralela chamada Helheim.

O que parecia apenas um tokusatsu colorido sem muita inspiração se transforma em uma narrativa mais densa, que mistura ação com dilemas profundamente humanos: amizade, ambição, poder e sacrifício. A série explora as consequências das escolhas de seus personagens e o preço de se tornar um herói, construindo um tom cada vez mais sombrio e maduro que se intensifica até os episódios finais.

A trama se passa na cidade de Zawame, onde a juventude encontrou novas formas de expressão e disputa. Muitos jovens se organizam em equipes de dança conhecidas como Beat Riders, enquanto o Inves Game se torna uma febre: um jogo que utiliza dispositivos misteriosos chamados Lockseeds para invocar criaturas conhecidas como Inves. Tudo muda quando o líder da equipe Gaim desaparece ao atravessar uma abertura que leva a uma floresta de outra dimensão. Decididos a encontrá-lo, Kouta Kazuraba, um ex-dançarino da Gaim, e Mai Takatsukasa, uma dedicada integrante do grupo, iniciam uma busca que mudará suas vidas para sempre.

Ao encontrar um cinto enigmático, Kouta se transforma em um guerreiro de armadura blindada, passando a enfrentar não apenas os Inves, mas também a poderosa corporação Yggdrasill, que esconde segredos sombrios sobre os Lockseeds e sua conexão com a misteriosa Floresta de Helheim. A chegada de criaturas chamadas Overlords e um tal fruto proibido irão complicar ainda mais as coisas.

A partir desse ponto, os jovens que antes levavam uma vida despreocupada, divididos entre dancinhas e batalhas de Pokémon genérico, começam a perceber como aquilo que parecia inofensivo pode, na verdade, esconder grandes perigos. Escolhas se tornam inevitáveis, amizades se transformam em rivalidades — e inimigos de ontem podem se revelar inesperados aliados.

A temática das frutas dá origem a trajes únicos para os Armored Riders, com designs originais e memoráveis. Os personagens são carismáticos, e muitos deles, como Kaito e Mitsuzane, apresentam camadas de complexidade que enriquecem a narrativa. É verdade que existem momentos menos inspirados, como o crossover com Kikaider, feito apenas para promover o filme do androide lançado na época.

Ainda assim, Kamen Rider Gaim se destaca como uma série ousada, que respeita as tradições dos Raiders, mas cria sua própria mitologia, repleta de referências bíblicas e literárias, como a Gênesis e o fruto proibido. Altamente recomendada para quem quer mergulhar na franquia. Afinal, Kamen Rider, nas últimas décadas, consolidou-se como uma das mais versáteis do tokusatsu, desde os antigos Metal Heroes (que nem era uma franquia), mas alcançando maior sucesso que esses.

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