Na era de memes e narrativas improvisadas, jogar é só o começo da história
Você acha que o PC gamer serve só para rodar jogos pesados com gráficos realistas? A geração Z discorda. No lugar de batalhas épicas, o que reina são as novelas improvisadas em The Sims, construções que desafiam a lógica da engenharia e vídeos curtos que transformam bugs em conteúdo viral.
Quando a vida vira roteiro (e The Sims, o palco)
Esqueça os roteiros elaborados ou as câmeras profissionais, a nova onda de storytelling da geração Z passa por filtros, mods e alta resolução (1280×720 especificamente, se estivermos falando de The Sims 4).
No TikTok, Reels ou YouTube, cenas montadas no The Sims viram novelas caseiras, sátiras do cotidiano e recortes cômicos da vida adulta. Um exemplo disso é a série Girls in the House, produzida pelo canal Rao TV, no YouTube. Com as protagonistas Duny, Alex, Honey e Priscilão, a websérie brasileira feita inteiramente no The Sims 4 conquistou milhões de visualizações com seu humor ácido e suas sátiras do dia a dia.
O PC gamer como estúdio sem filtro
O que torna o PC gamer o queridinho da geração Z vai além dos gráficos, já que ele entrega poder de sobra para suportar edições pesadas, renderizações elaboradas e mods complexos sem travar.
Para um público que já se vê como criador de conteúdo, esse tipo de computador é a base de um estúdio pessoal que mistura gameplay e produção audiovisual. Ferramentas como Blender, Premiere e softwares de gravação rodando lado a lado geram conteúdos cada vez mais refinados.
Além disso, a cultura de modding tem uma participação especial nesse ecossistema. Jogos como Minecraft, Skyrim e o próprio The Sims possuem milhares de modificações, que mudam desde visuais até estruturas inteiras dentro do game. Isso não só prolonga a vida útil dos títulos, mas dá vida à criatividade dos usuários e permite que se forme uma comunidade fiel ao jogo.
O caos confortável que vira lar
Imagine uma casa com 12 geladeiras, um quarto secreto para cultos místicos e uma família em que todos têm o mesmo nome. Bem-vindo ao universo de cozy caos (ou caos confortável, em tradução literal para o português), a estética favorita da gen Z.
No The Sims, essa estética se popularizou com a vinda do terceiro título, em 2009, e ganha vida com construções sem sentido, rotinas bizarras e histórias que beiram o surto. Tudo isso feito com propósito.
É o humor digitalizado, em que o exagero funciona como crítica social e alívio cômico nos dias mais estressantes. Afinal, por que montar uma casa perfeita e funcional, se você pode trancar seu personagem no banheiro enquanto ele grava um vlog?
Fandoms, memes e estética que viralizam no tempo de um loading
Em meio ao caos, uma coisa é certa:tudo precisa ser aesthetic, mesmo quando está completamente fora do eixo. A geração Z não só joga, mas também reinventa. Personagens de séries, ídolos do K-pop, vilões de anime ou influencers da vez ganham nova vida em jogos que permitem um maior uso da criatividade.
É aí que fandom, meme e arte digital se fundem. Uma casa com decoração vaporwave pode ser o cenário de um drama inspirado em Euphoria; um jantar de família no The Sims 4 pode terminar com uma reviravolta estilo casamento vermelho de Game of Thrones. No fim, o jogo vira só mais uma plataforma para que esse público fale sobre… Tudo.
Criar, editar, compartilhar e jogar
Entre uma live na Twitch e uma edição no Premiere, o tempo de jogo virou tempo de criação. O pessoal da gen Z trata os games como ponto de partida, e não de chegada. Ao invés de se prender a fases ou missões, o foco está em contar histórias, montar clipes virais e produzir roteiros que deixam roteiristas profissionais no chinelo.
Plataformas como YouTube e TikTok são as vitrines desses conteúdos pós-live. Então, depois de finalizar aquela live tranquila de 6 horas na Twitch, é hora de partir para a edição. No centro disso tudo, está ele, o queridinho PC gamer. Aqui ele não é somente uma nave de performance, mas também um setup definitivo que leva a criatividade tão a sério quanto os gráficos.

site da irmandade Tinoco, composta por Marc, Dri e Dré