O diretor de cinema Gui Pereira listou suas 5 sequencias de abertura favoritas
Os primeiros cinco minutos de um filme podem determinar o tom, estilo e todo o restante da produção, prender a atenção do telespectador ou, simplesmente, fazer com que ele perca o interesse no que está assistindo. Por isso, a cena de abertura de um longa é tão importante quanto seu encerramento e uma das mais trabalhosas de elaborar em todo o roteiro. Pensando nisso, o diretor de cinema e fundador da Dodô Filmes, Gui Pereira, fez um ranking das 5 melhores e mais surpreendentes cenas iniciais de filmes. Confira abaixo:
Tubarão (1975)
O filme de Steven Spielberg possui umas das cenas mais eletrizantes da história. Sua realização e concepção juntando suspense, estilo e trilha sonora lançou moda e, praticamente, virou padrão para o gênero slasher/suspense. Na cena, acompanhamos uma mulher que entra no mar numa noite e que acaba sendo atacada por um Tubarão. A cena chocou o público na época.
Touch of Evil (1958)
Dirigido por Orson Welles, o filme é pouco lembrado por historiadores e cineastas, mas sua cena inicial é muito marcante. Acompanhamos em plano sequência um carro bomba que explode em uma cidade na fronteira entre Estados Unidos e México. A cena é tão cuidadosamente coreografada e elaborada que chega a ser impossível imaginar como ela foi gravada a tanto tempo. O filme ainda conta com Charlton Heston e Janet Leigh no elenco.
Era Uma Vez no Oeste (1968)
Dirigido por Sergio Leone, a cena inicial de “Era Uma Vez no Oeste” é uma das que possui o melhor ritmo e senso espacial da história. Considerada por muitos como uma poesia visual, a cena se estende por quase 15 minutos e não possui praticamente nenhum diálogo. Acompanhamos alguns cowboys fora-da-lei esperando a chegada de um trem. Todos estão em silêncio. Ouvimos apenas um rapaz tocando gaita, o vento, uma goteira, mosquitos, e um cata vento. A cena em si é uma aula perfeita de design de som.
O Senhor das Armas (2005)
A sequencia inicial de “O Senhor das Armas” dirigido por Andrew Niccol é praticamente um curta-metragem que conta a trajetória de uma bala, desde o momento que ela é fabricada até o momento que ela é disparada. Com a música ‘For What It is Worth”, da banda Buffalo Springfield, de fundo, a cena é uma das mais chocantes e originais já vistas em um longa.
007 Contra Goldeneye (1995)
Claro que a lista não estaria completa sem um filme do James Bond. Sou muito fã da série, mas tive de escolher uma cena que retrata não somente o espírito dos filmes da franquia, mas também uma cena que se tornou referencia e tendência em filmes de ação. Após 6 anos longe das telas, James Bond voltou aos cinemas na pele de Pierce Brosnan. O filme foi responsável não só pelo retorno do personagem, mas pela estreia do ator na franquia. A cena inicial é eletrizante, mostrando James Bond sendo cercado por bandidos e conseguindo escapar. James Bond, por sinal, pula de um penhasco com uma moto e entra dentro de um avião que estava caindo. A cena é pioneira e fonte de inspiração pra qualquer filme da franquia “Velozes e Furiosos”. James Bond voltou a ter uma cena inicial memorável em Cassino Royale, que nos apresentou a Daniel Craig como Bond.
Sobre Gui Pereira
Gui Pereira nasceu em São Paulo, e desde cedo já desenvolveu uma paixão pelo cinema. Desde a adolescência, ele aprimorou suas técnicas de \’Stop-Motion\’ e seus curtas começaram a ter um destaque maior no circuito underground. Aos 14 anos de idade, começou a dirigir clipes para bandas em início de carreira. Aos 17 anos, fez um curso na renomada New York Film Academy, onde teve a certeza de que queria ser um cineasta pelo resto da vida. Ele se formou pela Los Angeles Film School em 2010 e fez uma Pós na Art Institute of California, onde se formou em 2012. Seus trabalhos em curta-metragem foram selecionados e premiados em diversos festivais no mundo todo. O mais recente trabalho de Gui Pereira é o ‘Coração de Cowboy’, seu primeiro em longa-metragem, que estreou em todo o Brasil em setembro de 2018. Com distribuição da O2 Play, o filme já coleciona diversos prêmios, entre eles: melhor filme no Scruffy City Film and Music Festival, premiação que aconteceu em Knoxville, no Tennessee, e também elegeu Gabriel Sater como melhor ator por sua atuação no filme; melhor filme no Jukebox International Film Festival; e melhor do festival, melhor longa, melhor estrangeiro e melhor roteiro no Desert Rocks International Film and Music Festival; melhor trilha sonora e melhor diretor no Moscow Indie Film Festival na Rússia, além de Thaís Pacholeck e Jackson Antunes levarem os prêmios de melhores atores coadjuvantes no Los Angeles Brazilian Film Festival.