Guestpost: Dez filmes de horror que representam a universalidade do gênero

O escritor M. R. Terci fez uma lista de filmes de terror de vários países, que sintetizam o quão este gênero é universal. Confiram:

Quando eu era apenas um guri, os filmes de terror na TV eram assustadores e fascinantes. À noite, todos esses filmes me levavam a crer que havia alguma coisa espreitando no escuro do meu quarto. Minha imaginação dava voltas! Mas com o passar do tempo, à medida que fui confrontando esses temores, fui me apaixonando por eles. O fascínio então virou minha grande paixão. Eu nem imaginava, àquela época, que pudesse existir tantos guris como eu. Mas o horror possuí um fascínio inigualável e sabe unir as pessoas. A propósito, casa muito bem com os auditórios escuros das salas de cinema.

Nenhum outro gênero oferece a mesma antecipação misteriosa. O cinema é nosso lugar comum, é o quarto escuro onde nós, guris e gurias, nos reunimos para ver nossa imaginação coletiva dando voltas na grande tela.

Nossos pesadelos mais íntimos ajudaram a moldar o sonho que compartilhamos e foram as influências artísticas e históricas que contribuíram para a consolidação do gênero horror no cinema. Da literatura romântica gótica, passando pelos movimentos artísticos dos séculos XIX e XX associadamente à sociedade sobrevivente da primeira guerra, todos esses fatores acarretaram o fenômeno que, influenciado pela estética do expressionismo alemão, perpetuaram o gênero como um dos mais populares da atualidade.

Atualmente, as obras do horror estão entre os livros mais vendidos, as maiores arrecadações de bilheteria e os picos mais altos de audiência em TVs e plataformas de streaming. Até mesmo terrenos mais avessos a essas produções, como o teatro, tiveram de se render e os festivais de cinema têm, cada vez mais, abrigado títulos do horror em suas seleções. O fascínio virou romance e, hoje em dia, o horror é o mais universal dos gêneros. Uma espécie de religião que une os povos de todas as nações, justamente porque ultrapassa barreiras geopolíticas, étnicas e temporais. Assim, o cinema do horror é nosso quarto escuro e, nesse quarto escuro, qualquer que seja sua nacionalidade, você é apenas um guri. Pensando nisso, idealizei uma lista de filmes que, significantemente, representam a universalidade do gênero:

Aterrados (Argentina/2017); Aterrorizados de Demian Rugna – Um conceituado grupo de pesquisadores paranormais é chamado por um delegado de polícia para investigar estranhos eventos que assolam um bairro de Buenos Aires. Eles conseguirão resolver o mistério antes que esse terrível mal destrua a existência humana como conhecemos?

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The Thing (EUA/1982); O Enigma do Outro Mundo de John Carpenter – Antártica, inverno de 1982. Numa remota estação no gelo, estão 12 cientistas que observam com espanto um helicóptero norueguês invadir o espaço aéreo da estação e tentar de todas as formas matar um cão desgarrado de sua matilha. Um enigma biológico que pode prenunciar a mais devastadora e ameaçadora invasão contra o planeta Terra.

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Trolljegeren (Noruega/2010); O Caçador de Trolls de André Øvredal – Enquanto investigam denúncias de extermínio de ursos no norte do país, três estudantes de jornalismo acabam descobrindo a existência de criaturas lendárias sendo mortas por um homem a pedido do governo norueguês.

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Ju-on (Japão/2002); O Grito de Takashi Shimizu – No Japão, dois terríveis espíritos vingativos assombram, atormentam e matam qualquer um que entre na casa onde eles morreram: Kakayo, uma mulher assassinada pelo marido, e seu filho pequeno, Toshio.

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El Orfanato (Mexico/2007); O Orfanato de Juan Antonio Bayona – Laura cresceu em um orfanato. Após seu casamento, ela adota Simón. Os três passam a morar na antiga casa que servia como orfanato. Depois que Simón desaparece misteriosamente, Laura começa a ouvir vozes. Ela acredita que podem ser vozes de espíritos, e são os únicos que podem ajudá-la a encontrar seu filho.

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Suspiria (Itália/1977); Suspiria de Dario Argento – Suzy é uma jovem americana chega em Fribourg para fazer cursos em uma academia de dança de prestígio. A atmosfera do lugar, estranha e perturbadora, acaba surpreendendo a garota. Aos poucos a jovem vai descobrindo que o local já pertenceu a uma bruxa conhecida como a Mãe dos Suspiros.

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REC (Espanha/2007); REC de Jaume Balagueró – Uma jornalista e seu cinegrafista acompanham e filmam, do lado de dentro de um edifício em quarentena, o surto de uma doença incontrolável que transforma humanos em canibais perversos.

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Låt den rätte komma in (Suécia/2008); Deixe Ela Entrar de Tomas Alfredson – Oskar é um menino sueco de 12 anos, que sofre bullying na escola. Quando se apaixona pela vizinha Eli, ele ganha forças para lutar, mas descobre que a menina tem um segredo.

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The House That Jack Built (Dinamarca/2018); A Casa Que Jack Construiu de Lars von Trier – Em um período de doze anos, Jack é um ardiloso assassino em série de mulheres que tem um único objetivo sangrento a cumprir: executar o crime perfeito, sem deixar nenhum tipo de rastro, enquanto constrói a casa perfeita.

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Shutter (Tailândia/2004); Espíritos – A Morte está ao Seu Lado de Banjong Pisanthanakun – Depois de atropelar uma jovem, Jane e seu namorado fotógrafo começam a ver uma figura sombria em suas fotos. Preocupada, Jane descobre que ela é uma ex-colega de Tun e desvenda um segredo chocante.

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M. R. Terci é escritor, roteirista e poeta. Antes de se dedicar exclusivamente a escrita, foi advogado com especialização em Direito Militar e mestrado em Direito Internacional, Ciência Política, Economia e Relações Internacionais. Autor de Imperiais de Gran Abuelo, publicada pela Pandorga, e o criador da série O Bairro da Cripta, lançada anteriormente pela LP-Books, obras que reforçaram seu nome como um dos principais autores brasileiros de horror da atualidade. Com base em fatos históricos, Terci substitui os castelos medievais pelos casarões coloniais, as aldeias de camponeses pelas cidadezinhas do interior, os condes pelos coronéis e as superstições por elementos de nosso folclore e crendices populares, numa verdadeira transposição do gótico para a realidade brasileira. Seus livros não são apenas para os fãs do gênero horror. Seu penejar é para quem aprecia uma narrativa envolvente, centrada na experiência subjetiva dos personagens mediante as possibilidades que o contexto sobrenatural de suas estórias permite.

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