A Dama de Ferro
The Iron Lady
Direção: Phyllida Lloyd
Elenco: Meryl Streep, Alexandra Roach, Jim Broadbent, Harry Lloyd, Iain Glen, Olivia Colman, Anthony Head, Nicholas Farrell e Richard E. Grant.
Reino Unido, 2011
Assisti finalmente o filme A Dama de Ferro, bastante comentado em seu lançamento no ano de 2011 devido a merecida indicação ao Óscar de melhor atriz para Meryl Streep, Oscar que acabou levando, assim como o Globo de Ouro e o BAFTA. O filme conta a história de uma das mulheres mais controversas da política internacional: Margaret Thatcher (1925-2013), primeira ministra da Inglaterra por onze anos, 1979 a 1990, interpretada por Meryl.
Queria conferir esse filme há tempos, por ser professor e me interessar pela política mundial. Margaret Thatcher não é chamada de \”dama de ferro\” por acaso, responsável pela implantação do Neoliberalismo na Inglaterra, tirou conquistas dos trabalhadores, perseguiu sindicatos, etc. Fiquei curioso para ver se o filme iria mostrar sua face mais dura, sem disfarces; não como uma caricatura de um demônio, pois não gosto de maniqueísmo, mas como a estadista dura que foi, ou se a suavizariam, mas parece que a saída foi focar fortemente um aspecto e apenas passar rápido pelos outros.
Os onze anos da \”dama de ferro\” no cargo de primeira ministra passam como um susto, as brigas com sindicatos, greves, protestos, até mesmo a Guerra das Malvinas com a Argentina são apenas pano de fundo; o caso da greve dos mineiros, em 1985, que terminou como uma grande vitória do Neoliberalismo de Tatcher sobre os sindicatos e o trabalhismo, se você pisca, até perde o fato, assim como as tenções com o IRA (Exército Republicano Irlandês e não a banda).
Um adendo, realmente não dá para confiar no Wikipedia, pois na página desse filme está que “O Foco principal do filme, é o cenário da Guerra das Malvinas, em 1982” só para eles esse era o mote central do filme, para mim foi apenas um cenário que passou em meio ao marasmo.
Destaque (negativo) ainda, para a parte da Margaret e do marido jovens (Alexandra Roach e Harry Lloyd), os dois não estão bem, assim como a direção, bem pouco inspirada, parece uma comédia romântica chinfrim. Até mesmo o lance de que ela foi um mulher que derrubou barreiras de gênero para crescer em um mundo dominado pelos homens. , não aparece de forma satisfatória. O tal retrato intimo que a diretora queria fazer dela é maçante e raso. Por exemplo, chegando ao final do filme, Thatcher mostra que era mesmo a \”dama de ferro\”, pois simplesmente manda a alucinação do seu marido ir embora. Ele pega as malas e se vai. Risível.
O filme tem imprecisões históricas, o que já se espera de biografias, mas nem vou me aprofundar nisso. Os filhos de Thatcher parecem não ter gostado de como a mãe foi retratada e o filme teve muitas críticas negativas, a não ser a respeito da interpretação de Meryl Streep, que os únicos que reclamaram foram os ingleses por conta da atriz ser estadunidense. Roger Ebert, crítico de cinema e roteirista norte-americano, escreveu que Maryl “está toda vestida com nenhum lugar para ir” em um filme que não decide o que quer dizer sobre Thatcher: “poucas pessoas eram neutras em seus sentimentos sobre [Thatcher], exceto os criadores desta imagem\”.
Concluo com a melhor obra artística sobre Margaret Tatcher: