Aventura fantástica para os fãs de tokusatsu
Sinopse:
A Princesa Shizu é perseguida por um grupo maléfico e vingativo, em busca de mais poder. Esse império das trevasespalha o mal por várias regiões. Um grupo de samurais recebe a missão de proteger a princesa.
Foi durante a década de 2000 que assisti pela primeira vez a essa simpática fantasia com samurais. A Lenda dos Oito Samurais estava lá, em um DVD adquirido por meros 9,90 em um daqueles baciões de ofertas das eternamente falidas Lojas Americanas. Ele vinha acompanhado de uma dublagem bizarra em inglês, substituindo o idioma original japonês. Trocar a palavra “samurai” por “ninja” era apenas uma das bizarrices dessa versão. Além disso, a qualidade da imagem, extraída aparentemente de um VHS mofado, também não era das melhores. Bem, eis que finalmente, tive a oportunidade de assistir essa produção da Toei com excelente qualidade de imagem e som original.
A história segue a jovem Princesa Shizu (Yakushimaru), que se encontra fugindo de seus inimigos. Na fuga, ela conhece o vagabundo Shinbei (Sanada), antes de ser resgatada de seus perseguidores por Dosetsu (Chiba), um samurai. Ele conta a ela a lenda das oito pedras, que identificam oito guerreiros com a missão de protegê-la e derrotar a malvada rainha Tamazusa (Natsuki), responsável pelo assassinato da família de Shizu e que controla o reino com seu vasto império maligno. Eles precisam encontrar todos os oito para atingir seus objetivos. Shinbei, ao descobrir a identidade da Princesa Shizu, pensa em pegar a recompensa oferecida por sua captura, mas acaba se apaixonando pela moça.
A trama de A Lenda dos Oito Samurais se desenrola com aquela clássica jornada do herói, onde os heróis vão surgindo e se juntando ao grupo por algum motivo. Uns mais interessantes, outros menos, mas nenhum muito aprofundado. Um ponto bacana é que o filme fica meio imprevisível, pois não temos garantia de que todos os mocinhos chegarão vivos à batalha final. Isso me lembrou de outro filme de fantasia dos anos 80, Krull, um clássico da Sessão da Tarde. Pena que os coadjuvantes da princesa e Shinbei não têm suas histórias desenvolvidas, e a empatia com eles fica a cargo apenas do carisma do elenco.
A ação é frenética naquele estilo conhecido das produções da Toei Company dos anos 80. Os cenários e figurinos são caprichados e tem todo o charme dos efeitos práticos da época unidos aos efeitos especiais da pós-produção, trabalhados com muita inventividade, dando muita força e originalidade aos elementos fantásticos, como a bela cena em que Tamazusa toma um banho de sangue nua para rejuvenescer ou o ataque da cobra gigante. O que não gosto no filme é apenas a música cantada em inglês que toca na cena de amor dos protagonistas e nos créditos finais. Chatinha demais, tinha esperança que ela só estava na trilha da versão americana, mas não, faz parte da trilha original mesmo.
Marc Tinoco
Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios, não necessariamente nessa ordem
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