A Piada Mortal
Batman: The Killing Joke
Direção: Sam Liu
Elenco: Kevin Conroy, Mark Hamill, Tara Strong
EUA, 2016
E lá vamos nós. Sim, mais uma adaptação que tenta “melhorar” o texto de Alan Moore.
Uma das histórias mais sinistras e violentas já escritas com o morcego, A Piada Mortal original é na verdade uma história do Coringa. Escrita por Escritor Original Alan Moore e desenhada por Brian Bolland, mostra o príncipe palhaço do crime tentando provar que pode enlouquecer qualquer um. O Comissário Gordon é escolhido para ser a cobaia do experimento, e o Batman segue no encalço do vilão para salvar o amigo.
A trama perturbadora apresenta um Coringa extremamente sádico, capaz de finalmente levar o cruzado de capa a insanidade. Um dos momentos mais chocantes é quando o Joker dispara um tiro contra Barbara Gordon e a deixa paraplégica. Eis que decidem adaptar essa polêmica história para mais um longa animado. O problema é que ela é bem curta e um longa animado tem que ter obrigatoriamente 1 hora e alguns minutos de duração. Como resolver esse problema?
Ora, enchendo linguiça nos 30 minutos iniciais com um preludio focado na Batgirl, completamente desnecessário, que não acrescenta em nada para o restante do longa que, aí sim, finalmente segue a trama original, abordando o Coringa. Então temos Batman e Batgirl perseguindo uma gangue, discutindo a relação e fazendo sexo (cena até sutil, ao contrário do que me fizeram pensar os comentários internet afora). Well, assisti com preguiça a historinha meia-boca bolada pelo Brian Azzarello e não via a hora de, enfim, começar o longa baseado em A Piada Mortal. Longos e tediosos 30 minutos depois, ele começa.
E quando os caras resolvem manter fidelidade ao material original, fora um diálogo expositivo aqui e ali, eles acertam. Mais fica aquela sensação incômoda de ter visto dois filmes em um. Se vai adicionar novos elementos a uma história já conhecida e estabelecida, lembrem-se de caprichar na coesão, meus caros.
A rapaziada também não acertou muito na animação dessa vez. A quase falta de cenários e a movimentação dos personagens me lembrou certos desenhos antigos que passavam na TV Colosso. O Batman TAS, lá de 1992, eram bem melhor que isso. Na dublagem, os veteranos Kevin Conroy e Mark Hamill entregam um belo trabalho como sempre.
Enfim, curti as adaptações das histórias do Frank Miller (Ano Um e Cavaleiro das Trevas), mas essa aqui não deu. Da próxima vez não inventem. Façam um curta e caprichem mais na animação. Querem contar uma história da Batgirl? Façam um curta complementar igual ao da Mulher-Gato que saiu com Ano Um.
Pelo menos não “melhoraram” o final. Ah, tem uma cena pós-crédito, inútil, com a Bárbara assumindo a identidade de Oráculo (quem leu os gibis, sabe)
1.0/5.0 |
MARC TINOCO
Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios não necessariamente nessa ordem.