Review – Crescendo Juntas (Are You There God? It’s Me, Margaret – 2023)

Crescendo Juntas 

Are You There God? It’s Me, Margaret 

Direção: Kelly Fremon Craig
Elenco: Abby Ryder Fortson, Rachel McAdams, Benny Safdie, Kathy Bates, Elle Graham, Amari Alexis Price, Katherine Mallen Kupferer e  Isol Young
EUA, 2023



Em sua filmografia, Kelly Fremon Craig parece querer refletir sobre alguns marcos na vida de jovens, especialmente as garotas.  Post Grad, de 2009, primeiro longa-metragem que roterizou (mas foi dirigido por Vicky Jenson) acompanha uma jovem recém-graduada; The Edge of Seventeen, sua estréia na direção, de 2016, traz a história de uma adolescente que, como o título já diz, está prestes a completar 18 anos. Are You There God? It’s Me, Margaret, foca também em adolescentes, mas em um grupo mais jovem: as pré-adolescentes.


Baseado no livro de Judy Blume, lançado em 1970, com o mesmo título, Are You There God? It’s Me, Margaret é uma cativante comédia sobre os anseios e ansiedades do inicio da puberdade. Margaret, vívida pela carismática Abby Ryder Fortson é filha do judeu  Herb (Benny Safdie) e da cristã Barbara (Rachel McAdams), que decidiram que a menina só se envolveria com religião, quando tivesse maturidade para fazer suas escolhas.

As dúvidas religiosas se somam a mudança repentina de casa, por conta do novo emprego do pai, a distância da avó, a dificuldade de se enturmar no novo bairro e escola, a iminência do primeiro sutiã, primeira menstruação e primeiro namorado, fazendo Margaret questionar  a existência de Deus e seu lugar no mundo. 


Em sua nova casa, Margaret faz amizade a vizinha Nancy (Elle Graham), que lidera as reuniões secretas do clube só para meninas, em que as integrantes precisam abandonar meias, usar sutiãs e compartilhar assuntos dos mais importantes: meninos e menstruação. As reuniões fazem nascer em Margaret uma série de inseguranças sobre assuntos que a menina ainda nem começara a pensar sobre.

A falta de direcionamento religioso simboliza a ansiedade Margaret nesse período de transição. Ela passa, então, a experimentar e pesquisar diferentes culturas por conta própria, no intuito de encontrar respostas e uma forma de se comunicar (ou não) com Deus. Na real, uma forma de encontrar a si mesma.



Apesar do filme ser centrada na menina, é interessante como Are You There God? It’s Me, Margaret  acaba que abordando também as transições de outras mulheres em diferentes etapas da vida. Sylvia, a enérgica avó judia, interpretada por Kathy Bates, precisa aprender a viver sua vida sem a companhia constante de sua familia; enquanto Barbara tenta se enquadrar no mundo das esposas surburbanas, mas, na verdade, preferia estar trabalhando e se dedicando a suas pinturas. 



Bárbara e Margaret partilham a dificuldade de encontrar seu lugar no mundo e a tentativa de se enquadrar em um grupo, a qual não tem certeza se realmente querem pertencer, pois o que eles representam parece fazê-las trair suas proprias essencias.  


Are You There God? It’s Me, Margaret é um filme divertido e doce que aborda um periodo que pode ser torturante (e isso vale não apenas para a transição da infância para adolescencia, mas para qualquer grande mudança que possaa acontencer na vida de qualquer pessoa), mas é crucial para definir que tipo de pessoa você quer ser.


Are You There God? It’s Me, Margaret entrou recentemente no catálogo da HBO Max

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x
Rolar para cima