Review – Império Perdido (1983)
Império Perdido
The Lost Empire
Direção: Jim Wynorski
Elenco: Melanie Vincz, Raven De La Croix, Angela Aames, Angus Scrimm, Blackie Dammet.
EUA, 1983
Império Perdido é o primeiro filme de Jim Wynorski. Ele é mais um dos pupilos de Roger Corman, um dos mestres dos filmes B. Ao contrário de outras descobertas de Corman como Coppola, Jonathan Demme, Joe Dante e James Cameron, ele não foi cooptado pelo cinemão e continuou no ramo da bagaceira mesmo.
O cara segue em atividade e tem uma filmografia com mais de 100 títulos! E vocês pagando pau para Stanley Kubrick que não tem nem 20 filmes no currículo! Wynorski também dirigiu duas adaptações de quadrinhos: Vampirella (1996) e o Retorno do Monstro do Pântano (1989) que também são maravilhosos de tão ruins. Do filme da vampira já falei AQUI.
Mas falemos de Império Perdido. Já disse que Wynorski fez uma porrada de filmes, mas na época que dirigiu esse seu primeiro longa, ele muito provavelmente não acreditava que iam deixa-lo fazer outro! O cara entupiu a obra de referências a tudo que gostava e o resultado é divertidíssimo para quem aprecia essas tralhas. É uma mistura de Operação Dragão com As Panteras, onde três gostosas porradeiras e peitudas, vestidas em trajes mínimos, enfrentam um vilão e sua organização maligna compostas por ninjas assassinos.
A trama não faz muito sentido, mas é mais coesa que a de BvS. As três gatas se inscrevem em um torneio mortal que vai rolar na ilha do misterioso feiticeiro chamado – HAHAHA – Dr. Sin Do, com o objetivo de descobrir o motivo, causa, razão ou circunstância que levou o irmão policial de uma delas a ser assassinado.
Elas se deparam então com os planos nefasto do vilão que mantém mulheres escravas e pretende conquistar o mundo (quem nunca?) utilizando pedras antigas mágicas. Uma dessas pedras está em poder da protagonista. Genial, não? O filme não se leva a sério e é uma homenagem as produções de baixo orçamento dos anos 70. Verdade que o humor involuntário funciona melhor que as piadinhas colocadas propositalmente.
No elenco da bagaça temos Blackie Dammett, que é ninguém mais, ninguém menos que o pai de Anthony Kiedis, aquele mesmo do Red Hot Chilli Peppers (que também deu uma de ator no Caçadores de Emoção original) e Angus Scrimm (o Tall Man de Phantasm, recentemente falecido), que faz o vilão, claro.
Mas o destaque é o elenco feminino, com diversas musas do cinema B. Com exceção da protagonista Melanie Vincz, todas as outras não tem receio em mostrar os peitões fartos, como Raven De La Croix (que vive a índia Whitestar e também é responsável pelo figurino SENSACIONAL do longa), Angela Aames (que mostra pra caramba todas as partes do corpo), e Angelique Pettyjohn (participação especial como uma dominatrix numa das melhores cenas de briga em pátio de prisões que você vai ver em um filme!).
Ficou famosa por andar num cavalo branco…
The Lost Empire também tem talvez a melhor cena de abertura de um filme já feita (acho que só perde para o Obrigado a Matar do nosso João Amorim). Ri por incontáveis minutos de tanta tosqueira logo no início da bagaça, e o restante da fita não deixa a desejar com lutas horrorosas, vilão com sobrancelhas gigantes que aparecem e somem a todo momento, sujeito fantasiado de gorila e uma máquina de destruição com um formato que o Zack Snyder dos caralhinhos voadores de MoS iria adorar!
Passa com louvor no teste de Bechdel com suas mulheres de peitos. A única pisada de bola do nobre Jim Wynorski foi não ter levado a dominatrix também para a ilha. Se levou o pai do Kiedis, deveria ter levado também a Angelique para um catfight final!
2.0/5.0 |
errrrrrrrr
5.0/5.0 |
Sim! Raven De La Croix faz a cobra subir e o filme é nota 5
É realmente uma pena que hoje não se fazem tralhas tão divertidas como essas. Esses troços que a Asylum faz não chegam nem perto da genialidade dessas fitas dos anos 70/80. E façam como o secretário de Educação do RJ e “ouvam” o episódio do Podtrash sobre o filme.
MARC TINOCO
Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios não necessariamente nessa ordem.