Review – JAKQ Dengekitai (1977)

JAKQ é boa série que não conseguiu segurar a audiência

JAKQ Dengekitai


J.A.K.Q. Dengekitai, 1977

Criação: Shotaro Ishinomori, Shozo Uehara, Toei Company













Elenco:  Yoshitaka Tamba, Mitchi Love, Shichiro Gou, Yuusuke Kazato, Hiroshi Miyauchi, Daisuke Kujirai, Masashi Ishibashi












Sinopse:

O Império criminoso Crime tem uma rede de simpatizantes ricos e influentes e emprega um exército de bandidos mascarados e assassinos ciborgues. Para combater a ameaça do crime, o Esquadrão Internacional de Investigação Científica Especial é criado. O comandante do grupo em Tóquio, Daisuke Kujirai, propõe uma experiência radical. Assumindo o codinome “Joker”, ele recruta quatro jovens cobaias para se submeterem ao seu projeto de aprimoramento ciborgue

Cotação: 

Outra série tokusatsu que terminei recentemente é JAKQ Dengekitai (1977). Foi a segunda série da hoje franquia Super Sentai a ir ao ar, subatituindo o sucesso Himitsu Sentai Gorenger. 


Diferentemente de Kamen Rider V3, que seguiu a mesma fórmula de sua série predecessora em sua franquia, JAKQ apresentou diversas inovações em relação a Gorenger, o que não agradou muito a audiência. Enquanto Gorenger foi finalizada com um total de 84 episódios, JAKQ contou apenas com 35. Com um tom mais sério que sua antecessora, esta série trouxe mais drama, protagonistas menos espirituosos, uma organização inimiga mais brutal e cenas de ação quase que desprovidas de elementos cômicos.


A Crime (quanta criatividade) é uma organização criminosa determinada a se tornar a mais poderosa do mundo. Constituída por figuras influentes, ela emprega robôs e ciborgues como seus agentes, sendo liderada pelo bizarro Iron Claw (vivido por Masashi Ishibashi, que foi antagonista de Sonny Chiba no clássico Street Fighter e fez participação em episódio de Kamen Rider Black) . Em resposta a essa ameaça, o Esquadrão Internacional de Investigação Científica Especial, sob o comando de Daisuke Kujirai, no Japão, – que adota o codinome Joker – recruta quatro jovens para se submeterem a uma operação e se tornarem ciborgues. 


Os escolhidos são Goro Sakurai (Yoshitaka Tamba), um atleta olímpico; Ryu Higashi (Tairayama Ito), um ex-campeão de boxe; Karen Mizuki (Mitchi Love),  uma policial gravemente ferida no cumprimento do dever; e Bunta Daichi (Yûsuke Kazato), um oceanógrafo que chegou a ser dado como morto. Todos os quatro aceitam a missão e recebem diversos aprimoramentos biônicos (vale mencionar que, na época, a série norte-americana O Homem de Seis Milhões de Dólares era extremamente popular), além de dominarem diferentes formas de energia. Juntos, eles formam o esquadrão JAKQ (pronuncia-se “Jacker”), iniciando assim sua luta contra a Crime. 


O tema do esquadrão é um dos mais aleatórios possíveis: cartas de baralho. Quando vestem seus uniformes, Goro passa a atender pelo codinome de Spade Ace (Às de Espadas), Ryu é o Diamond Jack (Valete de Ouro), Karen é a Heart Queen (Rainha de Copas) e Bunta é o Clover King (Rei de Paus). 

Um ponto interessante de JAKQ é que eles não se transformam em qualquer lugar ou momento como os demais heróis do gênero. A equipe tem que ir para suas respectivas cabines de transformação em sua nave. Algo que os Cybercops também fariam anos mais tarde, só que dentro de um trailer. Por causa disso, os heróis passam bastante tempo dos episódios lutando em sua identidade civil, o que é bacana para poder ver os atores em ação aplicando seus golpes marciais. O ataque final do esquadrão para destruir o monstro da semana é peculiar, com os quatro se reunindo em uma roda e cercando o inimigo, meio que dando um abraço mortal para depois lançá-lo ao ar e bum.


A primeira fase de JAKQ é muito boa, com ação melhor coreografada do que em Gorenger e sem alívios cômicos que atrapalhem a fluidez da pancadaria. Além disso, tem ótimas participações especiais de astros do JAC (a escola de dublês de Sonny Chiba, responsável pelas cenas de ação das produções da Toei Company), como Etsuko Shihomi e Hiroyuki Sanada (que atua bastante em Hollywood há algum tempo). Os dois se destacam em episódios protagonizados por Mitchi Love, que foi coadjuvante em filmes da série Sister Street Fighter, protagonizada por Etsuko, e é o maior destaque do elenco fixo com seus ótimos movimentos. Os vilões da Crime são mais sérios, mas visualmente não fogem muito daquele padrão de vilões feios e bizarros das produções setentistas da Toei.


Infelizmente, a série não agradou tanto quanto sua antecessora e passou por mudanças que a deixaram mais próxima do que víamos em Gorenger. O Comandante Joker é mandado para trabalhar em outro lugar, e Sokichi Banba, mestre dos disfarces, que também se torna o herói Big One, assume como o novo comandante. Banba é mais cômico e extravagante, com sua roupa e bengala de cafetão dos anos 70. Ele ainda traz consigo o chef Tamasaburou Hime para garantir os alívios cômicos, divididos com o ratinho falante que Joker deixa para trás na base. Os monstros também ficam mais engraçadinhos, e o JAKQ passa a destruí-los com uma poderosa bazuca. Faltou mencionar que Banba é interpretado pelo ator Hiroshi Miyauchi, conhecido por seu papel como Akira Shinmei/Aoranger em Gorenger e era extremamente popular na época.


Essas mudanças não chegaram a atrapalhar a série, visto que os quatro heróis principais continuaram os mesmos e a ação ainda prevalece, ganhando novos elementos como a rivalidade entre Big One e Iron Claw (que fica prateado, assim como Freddie Mercury do Pânico, nos momentos decisivos da série) e o envolvimento romântico de Goro e Karen no bom final da série. Um ponto negativo é a entrada do misterioso vilão espacial chamado de Iluminado (nada a ver com Kubrick), que não acrescenta nada e ainda quase atrapalha o desfecho com sua revelação de identidade incompreensível, que até agora não entendi direito.


Mas o saldo final de JAKQ é positivo. Gosto da ação e da trilha sonora, e com certeza tem uma das minhas heroínas favoritas dentre todos os seriados de esquadrões que vi até agora. Para você que se interessa pelos primórdios da franquia Super Sentai, JAKQ é obrigatória.


author

Marc Tinoco

Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios, não necessariamente nessa ordem

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