Crítica – Kamen Rider W (2009)
Feliz mistura de ação típica dos super-heróis com elementos noir
Título: | Kamen Rider Double |
Título Original: | Kamen Rider W |
Showrunner: | Hideaki Tsukada, Kazuhiro Takahashi (Toei Company) |
Direção: | Ryuta Tasaki, Satoshi Morota, Naosuke Kurosawa, Takayuki Shibasaki, Hidenori Ishida |
Roteiro: | Riku Sanjo, Naruhisa Arakawa, Keiichi Hasegawa, Kazuki Nakashima |
Elenco: | Renn Kiriyama, Masaki Suda, Hikaru Yamamoto, Minehiro Kinomoto e Gong Teyu |
País: | Japão |
Ano: | 2009-2010 |
Sinopse: | Na cidade de Fuuto, a familia Sonozaki vende chaves USB misteriosas chamadas de Gaia Memories para os criminosos, os transformando em criaturas com poderes especiais, chamados Dopants. O detetive hardboiled Shotarou trabalha com o misterioso Philip; usando suas próprias Gaia Memories, se transformam em Kamen Rider W, que lutar contra a ameaça Dopant. |
No último final de semana, terminei de assistir mais uma série Kamen Rider da era Heisei. Kamen Rider W é uma das produções mais interessantes do gênero tokusatsu que já tive o prazer de ver. A série se destaca por uma feliz mistura de ação típica dos super-heróis com elementos noir, ambientada em uma cidade fictícia bem elaborada, distante da realidade de Tóquio.
A história gira em torno de dois protagonistas, Shotaro Hidari e Philip. Shotaro é um detetive particular que se considera “hardboiled”, enquanto Philip é um jovem com vasto conhecimento enciclopédico, que foi resgatado de um misterioso grupo conhecido como Museum. Os dois mantém uma à agência de detetives e a eles se junta a agitada Akiko Narumi, filha do antigo chefe de Shotaro, que se torna parte essencial da equipe.
Shotaro se vê como o protetor da cidade de Fuuto, o que o coloca em rota de colisão com a enigmática família Sonozaki. Eles comercializam ilegalmente dispositivos USB conhecidos como Gaia Memories, que são vendidos a criminosos. Esses dispositivos transformam os usuários em Dopants, monstros poderosos que cometem crimes que a ineficiente polícia local é incapaz de solucionar.
Para enfrentar os Dopants, Shotaro e Philip utilizam suas próprias Gaia Memories para se transformar em Kamen Rider W. A peculiaridade é que, durante a transformação, eles compartilham o mesmo corpo, uma das inovações mais interessantes da série, equilibrando a físicalidade de Shotaro com o intelecto de Philip, criando uma dinâmica que lembra as clássicas duplas do gênero buddy cop.
A série, claro, conta com um Rider secundário: Kamen Rider Accel, cujo alter ego é o policial Ryu Terui. No entanto, ele acaba tendo uma contribuição limitada para a trama principal. Vale destacar que enquanto outros Riders tem uma moto, ele é a sua própria.
A família Sonozaki, que movimenta a história, é composta pelo patriarca Ryubee e suas filhas, Saeko e Wakana, que estão constantemente em conflito. Wakana, superpopular, é apresentadora de um programa de rádio e possui uma forte ligação com Philip, o que acaba revelando detalhes importantes sobre a misteriosa origem dele.
Um aspecto notável de Kamen Rider W é a dualidade presente em quase todos os vilões, muitos dos quais são pessoas que tomaram decisões equivocadas ou que foram corrompidas pelo desejo de poder ou vingança. As Gaia Memories são dispositivos que não apenas conferem poderes sobrenaturais ao usuário, mas que também criam uma ilusão de que podem fazer qualquer coisa. Essa dinâmica gera uma dependência semelhante à das drogas no mundo real, conferindo peso e drama aos episódios.
Apesar desse elemento sombrio, Kamen Rider W oferece alívios cômicos que funcionam bem, graças aos seus personagens carismáticos. A série equilibra habilmente esses momentos de humor com cenas de ação bem coreografadas, efeitos especiais exagerados e uma narrativa envolvente repleta de mistério. Kamen Rider W é uma das favoritas da franquia entre os fãs, e sua popularidade gerou até uma sequência em anime chamada FUUTO PI (2022), que expande a história após os eventos da série original.
Em resumo, se você nunca assistiu a nada de Kamen Rider e está interessado em experimentar uma dessas séries, ou se simplesmente aprecia o gênero noir, Kamen Rider W pode ser uma excelente porta de entrada para esse universo. Uma das produções mais originais e divertidas da franquia, que não perde fôlego ao longo de seus 49 episódios.
Cotação:
Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios, não necessariamente nessa ordem