Direção: James Mangold
Elenco: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Dafne Keen, Boyd Holbrook, Richard E. Grant, Stephen Merchant, Elizabeth Rodriguez
EUA, 2017
Ano 2029, Logan (Jackman) trabalha como chofer de limousine e cuida do nonagenário Charles Xavier (Stewart). Não teríamos filme se uma mulher chamada Gabriela Cravo e Canela (Rodriguez) não aparecesse pedindo a ele que proteja a pequena Laura (Dafne Keen). Inicialmente relutante em voltar à ação, Logan é obrigado a fazê-lo quando surge os Carniceiros, bando de mercenários liderado por Donald Pierce (Boyd Holbrook), que tem a missão de capturar a menina, também denominada X-23.
Logan é o adeus de Hugh Jackman ao personagem que lhe deu fama. Interprete do carcaju desde 2000, Jackman, enfim, aposenta as garras. Depois de um primeiro filme desastroso e um segundo medíocre (comandado pelo mesmo Mangold que dirige esse capitulo final) , podemos dizer que Logan é sim um bom longa. Na verdade, Logan é até melhor que o material que o originou, a hq Old Man Logan, que é uma das mais fracas e forçadas já escritas por Mark Millar.
A primeira metade de Logan começa prometendo que vamos ver algo de diferente dos habituais filmes de super-heróis. Talvez um drama existencial com cenas de ação pontual. Com fortes influências da quadrilogia Mad Max de George Miller (que também tem fortes influências do gênero Western) e do clássico Os Brutos Também Amam (que Charles Xavier assiste em uma cena), Logan constrói cenários e personagens com calma e uma certa densidade. As cenas de ação nesse momento são extremamente realistas. Finalmente temos um Wolverine tirando sangue com suas garras. O grande acerto de Mangold é que essas cenas não são estilizadas como acontece em outros longas de ação feitos na atualidade. Elas são de uma crueza sensacional.
Ainda assim é um filme que não consegue fugir do óbvio do gênero (o que poucas produções conseguiram, como o Batman- O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan, e o Hulk, de Ang Lee). Infelizmente, a segunda metade se rende e entrega um filme mais padrão, como aconteceu de forma bem pior no segundo filme. Voltamos as reviravoltas tipicas dos filmes de Wolverine, com a entrada de um novo e poderoso antagonista, e, mais tarde, Logan precisa novamente decidir se age ou não para proteger um novo grupo de mutantes. O que temos então são aqueles atos finais longos e cansativos sem um pingo de originalidade e cujo desfecho acontece de repente com uma resolução simplória. As cenas de ação nessa parte final, genéricas, nunca se equiparam as mostradas no inicio. Mesmo a morte de dois personagens importantes da saga não conseguem ter grande impacto diante dos exageros cometidos.
Logan é um encerramento digno, porém, longe de ser uma obra-prima do gênero. Um filme que apenas aparenta ser mais do que é realmente, fazendo referências a outras obras mais significativas e completas. Pelo menos me deixou com vontade de rever Shane.
Vale elogiar as interpretações de Hugh Jackman, Patrick Stewart e, sobretudo, da pequena Dafne Keen, que é, sem dúvida, o grande destaque do filme
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