Review – Quarteto Fantástico (2015)

Quarteto Fantástico

Fantastic Four
Direção: Josh Trank.
Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell, Reg E. Cathey, Tim Blake Nelson.
EUA, 2015


Apesar de nenhum trailer do novo Quarteto Fantástico ter conseguido realmente me empolgar, vou dizer que aquela promessa de ser um filme mais voltado para o sci-fi do que as versões anteriores e a direção do Josh Trank (de Poder sem Limites, que não é um grande filme, mas mantém o respeito) ainda me deixaram com a esperança de ver esse ano um filme de super-heróis mais ambicioso e diferente daquele mais do mesmo da Marvel.

No entanto, quando a Fox escondeu a bagaça da imprensa o máximo possível e os atores não demonstraram empolgação alguma com a coisa, percebi que a primeira impressão era a que ficava e que realmente de onde menos se espera é que não sai nada mesmo. Como se sabe o filme teve vários problemas de produção. O estúdio se intrometeu na visão do diretor, que tentou tirar o corpo fora num desabafo no Twitter. 


O filme até começa de forma bem promissora, mesmo baseando-se muito na versão repaginada do Universo Ultimate da Marvel, em vez da versão clássica. Somos apresentados aos personagens e parece que vamos ter sim uma trama bem desenvolvida e preocupada em humaniza-los. Temos então a viagem para outra dimensão e o acidente que transforma os protagonistas no Quarteto Fantástico. Basta dizer que a última boa cena do filme é quando Reed Richards acorda após o retorno ao laboratório na Terra e vemos o estado atual dos quatro jovens após a malfadada viagem.

Depois vem um providencial pulo de um ano na trama (recurso preguiçoso para não mostrar os personagens aprendendo a lidar com seus poderes) e a produção deixa de ser um sci-fi até interessante para virar um filme genérico de super-heróis, daqueles bem vergonhosos. É quando ficam evidentes os tais problemas de produção, pois o desenvolvimento da trama e dos personagens vai para o espaço (ou para outra dimensão). Parecem que estavam com pressa para acabar logo com filme. Quando finalmente o Doutor Destino aparece, já estamos nos momentos finais. Destino que, em três versões, Hollywood demostra que não consegue mesmo adaptar o vilão das HQs.


O elenco é bem melhor que o dos filmes anteriores, mas é completamente desperdiçado. Os personagens são caracterizados de uma forma e terminam de outra. Pela primeira vez fazem um Coisa em CG, mas ele é completamente inexpressivo, sem qualquer característica do ator Jamie Bell. O elenco está visivelmente constrangido no final. Não é à toa. Afinal Reed Richards tem que mandar até um “Está sugando tudo para outra dimensão!” digno de Cavaleiros do Zodíaco na batalha final, entre outras frases clichezentas.


No final, aliás, fica muito claro que a Fox foi diminuindo o orçamento do filme aos poucos. Percebe-se facilmente que os efeitos especiais ali são piores que o do início. A tal outra dimensão fica parecendo coisa daquele seriado bagaceiro dos jovens tatuados que passava no SBT nos anos 90. A luta final contra Destino e todo aquele papo de unidos venceremos, deixa o filme bastante parecido com aquela bomba de 2005, estrelada por Chris Evans e Jessica Alba. Tem até as tentativas falhas de humor que destoam completamente da proposta inicial da produção.

1.5/5.0

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MARC TINOCO

Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios não necessariamente nessa ordem. 


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