Review – Rua Cloverfield, 10 (2016)

Rua Cloverfield, 10

10 Cloverfield Lane
Direção: Dan Trachtenberg
Elenco: Mary Elizabeth Winstead, John Goodman, John Gallagher Jr., Suzanne Cryer e Bradley Cooper (voz)
EUA, 2016


Rua Cloverfield, 10 foi uma surpresa e tanto nesse 2016. Quando ouvi falar que estrearia uma sequência de Cloverfield – Monstro, de 2008, não me animei nem um pouco. Mas fui me interessar quando soube que se tratava de uma história paralela, não uma continuação.

Aliás, a relação com Cloverfield foi mantida m segredo durante a produção. Nem o elenco sabia o nome real do filme até uma certa época. A película estava sendo chamada de Valencia até dois meses antes do lançamento.


Rua Cloverfield, 10 se distanciar do primeiro filme, pois traz a proposta de mostrar o fenômeno do primeiro filme em outra perspectiva, como diz no cartaz do filme: monstros podem surgir de formas variadas, e aqui o monstro é o próprio ser humano.

Eu pessoalmente não sou grande fã de Cloverfield – Monstro; o elenco era fraco, com exceção de Lizzy Caplan; aquele momento dos filhotes do bicho só mostra que estadunidenses tem dificuldade de fazer filme com um monstro gigante e o negócio de found footage acaba cansando. Então eu pensei: uma continuação? O que vai trazer de novo? Assim, fui surpreendido positivamente.


Na trama, Michelle (Winstead) tem uma briga com o namorado, Ben (só aparece a voz de Bradley Cooper), ela decide deixá-lo, mas acaba sofrendo um grave acidente de carro. Quando acorda, está no porão da casa de um desconhecido (Goodman), que diz ter salvado sua vida de um ataque com armas químicas, que deixou o mundo sem condições de ser habitado. Todo mundo que não conseguiu se proteger como ele, está morto. Assim, ele quer que ela fique presa no local. A dúvida de Michelle é se ela pode confiar no estranho, pois ele parece ter perdido a sanidade. Ela, então, vai tentar se libertar e descobrir se a realidade condiz com que ele onta.

Há ainda mais uma personagem nesse porão, o jovem Emmett (Gallagher Jr.). O filme se desenrola mostrando o jogo de gato e rato entre os três. Pode ser impossível sobreviver lá fora, mas quanto tempo eles viverão juntos nesse abrigo?

Produzido por JJ Abrams, assim como seu antecessor, essa sequência tem roteiro de Josh Campbell, Matthew Stuecken e Damien Chazelle, esse último escreveu e dirigiu o ótimo Whiplash. A tensão construída na trama prende a atenção até o final.


Um ótimo trabalho também do diretor estreante Dan Trachtenberg, tanto nas tomadas de ação quanto na direção dos atores. John Goodman, sempre ótimo, está perfeito no seu personagem dúbio, que hora parece um pai zeloso, hora se apresenta como um tirano enlouquecido. Mary Elizabeth Winstead segura-se bem de protagonista. Ela já era a primeira escolha do diretor e dos produtores executivos para esse papel, mesmo assim, é uma atriz subestimada, mesmo já tendo mostrado que é muito mais que Ramona Flowers, personagem de Scott Pilgrim contra o Mundo, que a transformou em ícone nerd.

Sem spoilers, mas só para comentar o final do filme, algumas pessoas criticaram a conclusão do longa exatamente porque difere da trama e do clima que foram construídos durante toda a película. Isso acontece porque provavelmente essas pessoas não viram o Cloverfield original. A sequência final confirma a ligação com o primeiro filme, então faz todo sentido.

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DRÉ TINOCO

\"André

Professor de Geografia, cinéfilo nas horas vagas 


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