Review – Sex & Fury (1973)

Obra máxima do insano Norifumi Suzuki

Sex & Fury


Furyô anego den: Inoshika Ochô, Japão, 1973

Direção: Norifumi Suzuki 












Elenco:  Reiko Ike, Christina Lindberg, Akemi Negishi, Ryôko Ema, Yôko Hori, Masataka Naruse












Sinopse:

Durante a era Meiji, Ocho busca vingança contra três gangsters que mataram seu pai, enquanto isso, ela acaba ajudando um anarquista e confrontando espiões.

Cotação: 

Recentemente, fui convidado para participar do podcast Ponto Cego, apresentado pelo amigo Tiago Miranda. Nesse episódio, discutimos o longa japonês Sex & Fury, um dos mais famosos representantes dos filmes Pinku eiga (ou Pink eiga, ou Filme rosa). Esse subgênero cinematográfico é conhecido por seus principais ingredientes: ação, sangue, sexo e nudez, nem sempre nessa ordem. 

A trama de Sex & Fury gira em torno de Ocho (interpretada pela bela Reiko Ike), uma mulher determinada em busca de vingança após testemunhar o brutal assassinato de seu pai por membros de uma gangue, que tem como marca tatuagens de animais nas costas. Ela se infiltra no submundo do crime, utilizando sua beleza, habilidades de luta e talento de apostadora para, assim, se aproximar dos responsáveis pelo crime. Como o filme se passa na era Meiji do Japão, ela também se envolverá com revolucionários e espiões ingleses.

Utilizando esse mote, o diretor Norifumi Suzuki construiu um dos filmes mais influentes do exploitation japonês, repleto de cenas de lutas inspiradíssimas, sangue falso jorrando, lindas mulheres assassinas e algumas cenas de sexo para corar o jovem virjão que escreve no X-Twitter. Um dos momentos marcantes do filme ocorre quando Ocho, enquanto toma banho, é surpreendida e precisa enfrentar, nuazinha, um grupo de bandidos armados com espadas e imunes aos seus- hã- encantos pelo que parece. O confronto segue e termina se desenrolando na neve, salpicada por muito sangue, tudo capturado pela estilizada e estilosa cinematografia de Motoya Washio.

A sequência final não deixa a desejar, com Ocho enfrentando numerosos oponentes em um balé sangrento, um tipo de cena que é comum nas produções japonesas do estilo, mas que maravilhou o ocidente ao ser repetida em Kill Bill, de Quentin Tarantino. Reiko Ike convence como a vingadora determinada, capaz de eliminar um exército inteiro de marmanjos. Além de Ike, vale destacar outra presença feminina marcante: a belissima Christina Lindberg, estrela sueca de Thriller: A Cruel Picture, realizado um ano depois e que também já comentei aqui.

Christina interpreta uma espiã chamada Christina (parabéns), com características dúbias. Segundo a atriz, ela estava em um avião para Estocolmo quando foi abordada por dois japoneses, os quais lhe perguntaram se estaria interessada em trabalhar no Japão. Sua resposta foi “por que não?”, e logo depois, ela estava na terra do sol nascente, trabalhando em uma produção da Toei.

Obra máxima do insano Norifumi Suzuki, Sex & Fury é daqueles filmes que cumprem o que prometem no título. É violento, melodramático, psicodélico, cafona e plasticamente deslumbrante. 

Com todos esses elementos, Sex & Fury conquistou um merecido status cult, sendo reconhecido como um dos clássicos do exploitation japonês. Sua influência pode ser sentida em uma variedade de filmes posteriores, e sua protagonista segue sendo uma figura icônica no imaginário cinematográfico japonês.

author

Marc Tinoco

Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios, não necessariamente nessa ordem

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