Review – Ultraman Taro (1973)

Ultraman Taro é divertido, cartunesco e cativante

Ultraman Taro


 Ultraman Taro, 1973

Produção: Tsuburaya












Elenco:  Saburo Shinoda, Akira Nagoya, Shinya Saitô, Mayumi Asaka, Kiyotaka Mitsugi e Eishin Tono








Sinopse:

Kotaro Higashi é membro do ZAT e fica gravemente ferido em uma batalha contra um monstro. Entre a vida e a morte, a Mãe de Ultra surge diante de Kotaro. Ele é banhado pela luz dos Irmãos Ultra e se funde a Ultraman Taro, tornando-se o sexto irmão Ultra a combater o mal no planeta Terra.

Cotação: 

Em celebração ao 50º aniversário do lançamento de Ultraman Taro (que estreou no Japão em 6 de abril de 1973), a Tsuburaya disponibilizou semanalmente, em seu canal no YouTube, episódios da série com legendas em português ao longo do último ano. Recentemente, foi ao ar o último episódio e, por enquanto, a produção pode ser encontrada completa na plataforma. Acompanhei os capítulos sempre em seu lançamento e agora escrevo sobre uma das séries mais divertidas da franquia.

Embora o tema de abertura pegajoso afirme que Taro é o “Urutoraman number six”, Ultraman Taro foi na verdade a quinta série dos gigantes de luz. A música inclui Zoffy, que não teve uma série para chamar de sua, na contagem. Taro é o caçula da família Ultra e um verdadeiro filhinho da mamãe. Muitas vezes, é a Mãe de Ultra quem vem salvar o garotão de algum perigo, e quando ela não o faz, envia os irmãos mais velhos em seu socorro. O hospedeiro de Taro é Kotaro Higashi (interpretado por Saburo Shinoda), que faz parte do Esquadrão ZAT, o grupo responsável pela proteção da Terra naquele momento.

Ultraman Taro é uma das séries menos sisudas desse universo. Possui um visual mais extravagante do que as anteriores, com monstros espalhafatosos e um tom mais cômico. Kotaro e os membros da ZAT também têm um humor mais presente, e as crianças estão mais envolvidas nos episódios. Essas diferenças de Taro em relação a Ultraseven e às outras séries geralmente geram críticas negativas, alegando que Taro seria o pior dos primeiros seriados da franquia. Aqui no Brasil, é comum os fãs afirmarem que as produções voltadas para um público mais infantil (como Machine Man, Bicrossers, Patrine…) são ruins. Isso está longe de ser verdade.

Geralmente, essas séries são menos focadas na ação e exploram outros aspectos da cultura japonesa, destacando o cotidiano e seus mitos e lendas. Taro é mais uma história sobre pais e filhos do que sobre invasões alienígenas. Kotaro tem uma personalidade mais leve e vive na companhia dos irmãos Saori e Kenichi Shiratori. O próprio Taro é um Ultra mais jovem, mais próximo das crianças, que pode cometer erros e ser repreendido pela mãe e irmãos. O amor entre pais e filhos está presente não apenas na história do protagonista, mas em várias histórias protagonizadas por crianças. Taro apresenta tramas carregadas de drama, intercaladas com outras cheias de humor e não deixa a desejar em termos de batalhas. A luta com Birdon, um antecessor dos Angry Birds, é memorável.

Há também a participação especial de todos os atores originais dos Irmãos Ultra em um momento raro em que aparecem juntos na tela. Infelizmente, os outros crossovers da irmandade não são tão bons. Não é muito legal ver Ultras já estabelecidos perdendo para inimigos não tão poderosos. Zoffy apanhando do insano Birdon até vai, mas os ultra-irmãos sendo humilhados por um adversário depois vencido facilmente por Taro é difícil de engolir.

As escolhas da produção de Taro podem parecer estranhas para quem assistiu às séries anteriores, mas o visual psicodélico dos monstros e até mesmo o uniforme berrante do ZAT não destoam da proposta do seriado. Divertido, cartunesco e cativante, Ultraman Taro fez grande sucesso no Japão, e seu protagonista se tornou um dos mais icônicos dos guerreiros Ultra.

author

Marc Tinoco

Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios, não necessariamente nessa ordem

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