Sunmi, a idol “malcriada”

Quem acompanha música pop (ou tem perfil no twitter) sabe que o K-POP tem se popularizado cada vez mais. Especialmente, boys e girlsgroups, como BTS e Blackpink, tem atingido fama internacional. Com isso, acredito que cria-se, em quem não se aprofunda muito, uma impressão de que a sonoridade do K-POP se limita a sonoridade desses grupos. Porém, K-POP significa apenas a música pop produzida na Coreia; não é um estilo. Dentro desse conjunto há uma gama de artistas variados, assim como no pop ocidental. Com referências ao pop 70/80, Sunmi é uma das artistas sul coreanas que mais chamou minha atenção e tem videoclipes muito bacanas, então fiquei com vontade de fazer um post sobre ela, como fiz da Caroline Polachek

Idol para pagar as contas

Mas, antes de falar dos vídeos, deixa eu apresentar a Sunmi, que tem uma história, que, olha dava um filme. 

Sunmi, ou Lee Sun-mi, decidiu que seria uma idol quando tinha 12 anos. No entanto, a decisão não tinha nada ver com paixão pela música, dança ou mesmo com algum desejo de se tornar famosa. Em entrevista, a cantora conta que nesse período seu pai sofria de tuberculose e precisou ser internado, não podendo mais trabalhar; como os irmãos eram pequenos, sendo a mais velha, Sunmi se sentiu no dever de contribuir com as contas da casa e hospitalares, ajudando a mãe que estava sobrecarregada.

Seguindo os passos de BoA

Mas, como uma criança poderia ganhar dinheiro rapidamente? A inspiração veio da cantora BoA, que começou a carreira artística com apenas 14 anos. Ainda de acordo com Sunmi, ela largou a escola e ia sozinha para audições em Seoul, sendo aprovada pela JYP Entertainment. O début veio depois de dois anos de treinamento, como uma das vocalistas do girlgroup Wonder Girls, com o single Irony. Infelizmente, o pai da cantora faleceu alguns meses antes, mas deixou um bilhete: \”Eu espero você seja minha filha na outra vida também\”.

Début no Wonder Girls

Wonder Girls, juntamente com Girls Generation e 2NE1, foi um dos grupos femininos de mais êxito, com diversos hits, como So Hot e Nobody. Sunmi participou com o grupo inclusive de atividades no EUA, com idas em programas e uma turnê com Jonas Brothers. Na época ela ainda usava o apelido de Mimi.

Em 2010, a pedidos de sua mãe, Sunmi decidiu dar uma pausa na carreira artística para completar os estudos e ingressar na faculdade de teatro. Na época, alguns fãs não aceitaram bem a decisão, pois alegavam que outros idols conciliavam estudos e vida pública. Ainda assim, a JYP anunciou que a cantora continuava em seus quadros de artistas e retornaria ao Wonder Girls.

Debut Solo e fim do Wonder Girls

Pois é, acabou que Sunmi não voltaria (ainda) ao Wonder Girls. Em 2013 o grupo se encontrava em hiato, pois uma das integrantes, Sunye, havia se casado e estava grávida, e outra, Sohee, deixou a empresa e o grupo para focar em sua carreira de atriz. Dessa forma, o retorno de Sunmi foi como artista solo, com a música 24 Hours. Pouco depois, ela lançou seu mini álbum, Full Moon. O trabalho foi muito elogiado, além de ir bem nos charts.

Wonder Girls rebootado

Em 2015, a JYP anunciou o retorno do Wonder Girls, reformulado, com álbum Reboot. Com Sunye agora oficialmente de fora, o grupo se tornou uma banda com quatro integrantes: Yubin (bateria), Yeeun (teclado), Lim (guitarra) e Sunmi (baixo). Outra mudança é que elas passaram a ser creditadas nas composições ou produção das músicas (aliás, essa é uma reclamação recorrente entre fãs de K-POP, pois muitas vezes o artista compõe ou produz, mas a empresa simplesmente não dá os créditos). Sunmi, por exemplo, é creditada como compositora em duas músicas do álbum, incluindo o hit So Lonely. Logo no ínicio de 2016, era anunciado o fim do Wonder Girls, com o lançamento de seu último single, Draw Me.

Em busca de liberdade

Com o disbanded do Wonder Girls, Sunmi tomou uma decisão arriscada, optando por trocar a JYP, uma das maiores empresas da indústria do K-POP, pela MakeUs Entertainment, que até aquele momento não trabalhava com nenhum artista de grande expressão no mercado. Embora tenha uma ótima relação com o fundador da JYP, J.Y. Park, até hoje, Sunmi saiu em busca do controle criativo de seu trabalho. Por exemplo, ela havia mostrado a Park a canção Siren (que ela lançaria mais tarde na nova empresa), mas, mesmo gostando da música, ele preferiu não lançá-la, por achar que não faria sucesso

Na MakeUs Entertainment, Sunmi participa da composição de todas as suas músicas e da produção da maioria. Além disso, ela toma parte também na criação de seus vídeos, que (se você não esqueceu), é o assunto principal desse post 

Misoginia no K-POP

Antes de começarmos a olhar um a um, vale destacar que a indústria do K-POP é bastante misógina (não que o ocidente seja diferente) e parte dos fãs é um tanto conservadora. Em resumo, idols mulheres podem ser  odiadas até por respirarem. Com Sunmi, não foi diferente. No Wonder Girls, era constantemente atacada por ser considerada magra demais e muitos fãs acreditavam que ela sofria de distúrbios alimentares; recentemente, engordou um pouco, foi chamada de \”gorda\” e “acusada” de ter feito plástica nos seios; como suas músicas costumam explorar sua sensualidade, o slutshaming também é constante. 

Inclusive percebo que quanto mais confiante a artista parece, menos a linha boa moça ela faz, mas hate ela recebe, vide casos da rapper CL (por não corresponder aos padrões de beleza coreanos), Hwasa do Mamamoo (também por não ter o padrão de beleza exigido e ser considerada “vulgar”), Hyuna (muito criticada pelo conteúdo sexual de suas músicas e vídeos) ou Jennie do Blackpink (considerada antipática e arrogante, basicamente por não ser meiguinha todo o tempo), só para citar alguns exemplos. E esse ódio que vai muito além de brigas de fandom, chegando a deepfakes em sites pornográficos e ameaças de morte.

No caso da Sunmi, ela realmente parece não estar dando a mínima para as críticas. A cantora transformou o hate em música. Pois, várias de suas canções e vídeos tocam de alguma forma nos ataques que ela recebe e também tecem críticas a própria indústria. Além disso, Sunmi é pró-direitos LGBT e não tem medo de entregar performances “escandalosas” na TV coreana, como essa de Gashina, com a coreografia invertida, ou seja, bailarinas fazendo a dança dos bailarinos e vice-versa.

24 hours (2013)

\"24

A estreia solo de Sunmi é mais convencional, se compararmos com as músicas e vídeos seguintes. A canção romântica fala de como um dia não é suficiente para ficar com a pessoa amada, pois as horas passam rápido demais. O vídeo é bem produzido, como a maioria dos vídeos de K-POP, com cores fortes e aposta nas coreografias e na sensualidade da cantora.

Full Moon feat. Lena (2014)

\"Full

Outra canção romântica, sobre viver uma paixão com intensidade, sem se preocupar com o amanhã. A sonoridade, assim como em 24 Hours, é mais convencional, inclusive pela participação  da rapper Lena, mas o vídeo já é mais a cara da Sunmi, tipo, rastejando e sendo estranha. O clipe brinca com elementos de horror, transformando a cantora em vampira.

Gashina (2018)

\"Gashina-

Gashina é praticamente um novo début, pois marca a virada na carreira de Sunmi, como uma artista no controle de seu trabalho. A música traz a sonoridade que mistura o pop contemporâneo, com o pop 80/90 e referência a música tradicional coreana, que irá marcar também os trabalhos posteriores da cantora. Da mesma forma, os videoclipes também são únicos, sempre multicoloridos e cheios de metáforas visuais. 

Assim que o nome do primeiro single de Sunmi pela MakeUs Entertainment foi anunciado, já incomodou os mais conservadores. Isso  porque gashina é uma gíria depreciativa para se referir a mulheres. A gíria começou a surgir em Kyeongsangdo e Busan, e não era considerado um termo ofensivo. Contudo, na medida que a palavra se espalhou em outras partes da Coréia do Sul, gashina ganhou essa conotação ofensiva, embora não chegue a ser tão agressivo quanto bitch do inglês ou puta em português.  

Entretanto, quando Gashina foi lançada, mostrou algo que veremos em várias outras músicas: a cantora gosta de brincar com as palavras e elas podem trazer mais de um sentido. Na canção, Ela explora a sonoridade da junção das palavras gada e shina, que significa “você está indo?”. Na letra, o eu-lírico não entende como pode estar sendo deixada e demonstra desapontamento pois a pessoa está descumprindo a promessa de ficarem juntos. No entanto, não há tristeza com o término do relacionamento, já que ela garante que irá esquecê-lo.

O vídeo expressa bem a mensagem da música, esse misto de tristeza pelo término, mas também um certo alívio. Nele, a cantora é repentinamente deixada em uma lanchonete, por alguém que vai embora em um carro. Após um tempo parecendo confusa, ela começa a dançar pelo local. Além disso, a música faz várias metáforas com flores e, por isso, elas aparecem bastante no vídeo.  Alguns fãs especulam que a música é sobre o fim de seu relacionamento com a JYP.

Heroine (2018)

\"Heroine\"

Heroine foi o segundo single de Sunmi nessa nova fase. Em entrevista à revista Elle, a cantora contou que escreveu a letra após assistir o filme 9 ½ Semanas de Amor (1986). Na música, Sunmi fala de um relacionamento intenso, mas que trouxe mágoas. “O verdadeiro herói era você, querido / Como sempre, você faz tudo/ Como um esplêndido herói”, ironiza. Entretanto, a “heroína” não busca uma solução ou redenção, ela apenas aceita o fim.

O vídeoclipe de Heroine é um prequel de Gashina, pois vemos Sunmi saindo do mesmo carro que a deixa para trás no vídeo anterior. O vídeo também aproveita a frase “The show must go on” (O show deve continuar), repetida ao longo da música, e cria cenário teatrais; a cantora corre de um a outro, como se fugisse da relação, e quando parece finalmente estar conseguindo, na cena em que corre na chuva, acaba caindo no chão.  

Siren (2018)

\"Siren\"

Em Setembro de 2018, Sunmi lançou o single Siren e o mini-álbum WARNING. Finalmente, a fatídica música que a JYP não botou fé. A canção oferece dois sentidos para seu título: sirene pode significar um alarme de perigo, mas também a figura mitológica. O primeiro sentido é reforçado através do alarme logo no inicio da música e do cordão de isolamento no vídeo; já o segundo, está em alguns vocais de Sunmi e também em seu figurino, aparecendo vestida de sereia em determinada parte do clipe. 

Na mitologia grega, as sirenes ou sereias eram criaturas metade mulher, metade ave, porém o mito foi se modificando e a versão mais popular vem da Idade Média, onde mulheres com calda de peixe enfeitiçam navegantes, para que esses jogassem suas embarcações nas pedras e afundassem no mar. 

Na música, a cantora alerta um rapaz sobre os perigos que representa: “Eu te disse pra não se enganar/ No momento em que segurar essa mão/ Estará correndo perigo”.  Uma análise possível da música é que ela trata-se de um alerta/critica a idolatria de muitos jovens sul coreanos a seus Idols favoritos.  Idolatria prejudicial não apenas aos fãs que passam a preencher boa parte de suas vidas com uma idealização de uma pessoa, mas também aos próprios artistas que se veem forçados a interpretar um papel. “Suma da minha frente/ Não chegue mais perto, garoto/ Eu não vou chorar, mesmo que esteja triste/ Suma da minha frente/ Não olhe mais pra mim, garoto/ Eu não vou chorar, mesmo que esteja triste (…) A bela eu de suas fantasias não existe / (Não consegue entender isso, garoto?) ” canta.

No K-POP, assim como na música pop em geral, muitas vezes os artistas são invenções das empresas para prender a atenção do público, especialmente quando crianças e adolescentes como público-alvo e quando os próprios idols são mais jovens. Muitas vezes, os artistas não têm liberdade para compor, definir conceitos de álbuns, escolher o que vestem ou mesmo tornar público um namoro.

A proibição de namoros por grande parte das empresas visa evitar a irritação de fãs magoados por descobrirem que o idol não dedica seu amor apenas ao fandom. E isso não é maluquice das empresas: parte dos fãs realmente se revolta. Um site de fofocas coreano, o Dispatch, é especializado em revelar namoros entre idols, o que rende muitos problemas, como demissões ou mesmo ameaças. Além disso, é grande o número de idols com problemas emocionais. Vale ressaltar, no entanto, que as restrições variam de empresa para empresa e que há sim na indústria artistas que produzem suas próprias músicas

Voltando ao vídeo, essa crítica à indústria do K-POP é bastante evidenciada, já que não há um rapaz no vídeo, apenas a cantora fugindo de si mesma; essas versões dela se encontram em roupas glamourosas; é como se ela estivesse cansada de seu “eu” público. No vídeo, Sunmi também aparece dentro de uma gaiola gigante.

Noir (2019)

\"Noir\"

Em 2019, Sunmi  retornou com a canção Noir. Do francês, noir significa preto, porém também é uma palavra utilizada para designar o gênero literário e cinematográfico de histórias policiais, que sempre envolvem mistérios, violência e femme fatales

Noir tem uma letra sombria e vaga, sobre estar só na escuridão, sobre passar pela mesma situação diversas vezes, a ponto de já não se importar, mesmo sabendo que não vai terminar bem.  Só pelos versos, é difícil saber sobre o que a música realmente fala. Em entrevista à Billboard a cantora explicou que o cotidiano também pode ser noir:

Dizem que há mais e mais mortes a cada ano de pessoas tirando fotos e gravando vídeos em locais perigosos, a fim de obter mais ‘curtidas’ e ‘inscritos’. Para mim, isso é ‘noir’. Embora noir seja um gênero de filmes, eu não queria definir essa palavra numa categoria. Eu queria mostrar que os problemas mencionados acima também poderiam ser considerados noir.

O vídeo deixa clara essa ideia. Com resolução quadrada, tal qual o Instagram, o vídeo mostra Sunmi como uma influencer que faz tudo por mais curtidas. Ela vive em um cenário, onde cria uma vida de mentira para as redes sociais. A fantasia vai desde fingir férias na praia a forjar seu suicídio. Em uma cena a cantora também aparece com palavras como ansiedade, dislikes e unfollow escritas pelo corpo.

Nos vídeos anteriores, há sempre coreografias elaboradas, mas dessa vez não há dança,  Sunmi aparece praticamente inerte durante todo o tempo, e não apenas isso, a expressão facial também é plana, como que profundamente entediada. As emoções só surgem, falsas  e forçadas, quando a câmera está ligada.  

Lalalay (2019)

\"Lalalay\"

Em Lalalay, Sunmi volta a brincar com o sentido das palavras. O título da música é uma estilização de Nalari, gíria coreana utilizada para se referir a pessoas que vivem em festas, os rolezeiros, digamos assim. Dependendo do contexto, a palavra pode de um sentido ofensivo, significando que a pessoa não leva nada a sério. No entanto, essa palavra ganha outros sentidos, que veremos mais à frente.

A música fala de como não vale a pena se importar com as opiniões alheias, já que sempre haverão críticas e fofocas (“Qual é o sentido de dizer isso?/ Eu fiz isso e aquilo/ Fofocaram sobre mim de novo”). Dá para fazer um paralelo com a própria Sunmi, que como eu já falei, não importa muita como idols, especialmente mulheres ajam, a imprensa fofoqueira e os fãs mais conservadores sempre vão arrumar um jeito de retratá-las de forma negativa. “Porque se o clima estiver bom, eu estou bem/ Se sou criticada até desmoronar, estou bem/ O quê? Não importa o que você esteja fazendo/ Você sabe que eu estou bem/ Você sabe que eu sou malcriada/ Mas eu não sou uma nalari (não tenho certeza da tradução mais apropriada, talvez vadia?)/ E se eu for, o que você vai fazer?”, desafia.

O segundo sentido para lalalay se refere a uma tradição coreana, o instrumento musical de sopro taepyeongso. Esse instrumento é utilizado no refrão da música. O taepyeongso também é popularmente conhecido como nallari.

Mais para o final da canção, no entanto, Sunmi apresenta outro sentido para a palavra, através da separação silábica: “Senhoras e senhores/ Bem-vindo a bordo/ Te levarei ao alto, alto, alto, mais alto/ Não precisa apertar o cinto/ Se formos pegos/ podemos apenas nalla-lay”. Nalla é um verbo que significa voar. Essa associação é reforçada em todo o clipe com o uso de borboletas e o cenário de um avião, em uma sequência. 

Além das críticas na letra da músico, o vídeo também traz umas boas alfinetadas na indústria do K-POP e na sociedade coreana. Em uma das sequências, Sunmi aparece dançando meio a várias cabeças de bonecas. Muitos fãs acreditam que isso é referência a uma discussão que rolou na Coréia do Sul sobre a importação de bonecas sexuais, pois esses produtos são usados  por criminosos para produzir bonecas com o rosto de celebridades.

Ao meu ver, o vídeo também pode ser visto como uma crítica à indústria e também a alguns fãs. Em uma cena, Sunmi aparece em um salão de beleza, onde apenas homens mexem em seu cabelo, o resultado é um penteado e um vestido infantilizados. Esse é um tópico sensível no universo do K-POP e dos fãs de cultura oriental no geral (mangás e animes, por exemplo). Mas, não como negar que a hipersexualização de adolescentes, em uma via, e a infantilização de mulheres adultas, em outra, não são incomuns. 

No Wonder Girls, algumas das integrantes, como a própria Sunmi, tinham menos de 18 anos, mas isso não impedia a JYP de sexualiza-las, colocando-as para cantar músicas como So Hot ou até um cover das Pussycat Dolls, da música Don\’t Cha (elas cantando Don\’t cha wish your girlfriend was hot like me? e eu pensando : que gostosa, menina, você tem 15 anos!). Por outro lado, girlgroups de conceito fofinho costumam ser populares por lá. Deixando claro aqui que não concordo com quem chama esses grupos de “isca para pedófilo”, como já vi por aí, porque pedofilia é algo muito sério e complexo e ter fetiche em uma ADULTA vestida de forma infantil não necessariamente implica em indício de comportamento pedófilo. Por outro lado, acho complicada a infantilização das idols para serem melhores aceitas, pois, como disse antes, quanto menos “menininha” ela se porta, mais hate

De volta ao vídeo, há uma crítica ao consumismo dos jovens coreanos, que compram tudo que os idols usam e se esforçam para ficar parecidos com eles. Dessa forma, em várias cenas, Sunmi aparece sendo seguida por um grupo de jovens, que copia seu movimentos. No momento que ela sai do salão de beleza, ela já estão com o mesmo penteado e roupas semelhantes. 

Pporappippam (2020)

\"Pporappippam\"

Pporappippam é a música mais recente de Sunmi. Novamente, ele brinca com o som das palavras: o título é onomatopeico, mas dentro da música, o que ela realmente diz é borabit bam (noite roxa). A música fala sobre se apaixonar e aproveitar o momento ao máximo, pois tudo pode desaparecer na manhã seguinte. No vídeo, obviamente predomina a cor roxa. A montagem é bem bacana, remetendo a frames de um filme vintage.

Na mesma entrevista à Billboard em que Sunmi falou de noir, ela também contou que foi influenciada pelo comentário de um fã, que após o lançamento de Gashina, disse: “acho que existe um gênero Sunmi”. A cantora afirma que essa frase penetrou fundo em seu coração, se transformando em foco para sua carreira. Sendo assim, Sunmi diz que seu maior sonho é estabelecer o gênero musical Sunmi. Entretanto, ela sabe que é um sonho a longo prazo, mas que espera que um dia as pessoas, ao escutarem uma música, pensem: “Isso é música Sunmi”. 

Pode ser que Sunmi ainda não seja um estilo musical, mas é inegável que ela se sobressai no K-POP por sua criatividade e visão artística. Suas músicas, como vimos aqui, produzem debates sobre seus significados, coisa que a cantora incentiva, mas sem entregar sentidos estanques, subestimar os fãs ou limitar suas análises. Mesmo em uma companhia menor, sem todo o dinheiro para publicidade da JYP, Sunmi conseguiu se firmar na indústria como uma das solistas mais bem sucedidas, além de ser muito respeitada como cantora e produtora, servindo de modelo para idols mais jovens. 

Receba os posts recentes por e-mail

[newsletter_form type=\”minimal\” lists=\”undefined\” button_color=\”undefined\”]
0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x
Rolar para cima