Quando se fala em franquia slasher oitentista, eu sempre gostei mesmo foi dos filmes da série A Hora do Pesadelo e de boa parte de Halloween (1, 2, 3, 4, H20 e o mais recente). Nunca tive muito interesse em Sexta-feira 13, por julgar que Jason Voorhees é uma mera cópia sem charme do querido Michael Myers (é quase isso mesmo). Pois bem, resolvi encarar todos os filmes estrelados pela figura e podemos dizer que até me diverti com boa parte deles. Até com alguns que eu não esperava. Realmente não achei nenhum dos filmes grandes coisas. Não tem um que chegue no nível do primeiro Halloween ou de A Hora do Pesadelo original, mas admito que o maníaco de Crystal Lake tem sim seu charme próprio.
É interessante ver o mito do Jason sendo trabalhado filme a filme (mesmo que não como os Corleones na trilogia O Poderoso Chefão, mas como os Skywalkers na trilogia recente de Star Wars). Ao contrário de Michael Myers e Freddy Krueger, que já estão praticamente prontos em seus primeiros filmes e depois apenas vão tendo suas características perdidas ou acentuadas nos demais, Jason sofre as mais variadas transformações em sua saga. Provavelmente você já deve saber que o assassino do primeiro Sexta-Feira 13 nem é o Jason, bolas. Os produtores ficavam lançando um filme atrás do outro para aproveitar o sucesso da série (embora Halloween tenha começado tudo, foi Sexta-Feira 13 original o grande responsável pelo boom do subgênero nos anos 80) e se fazia o que queria com o Vorhees. Usavam e abusavam mesmo. Some a isso boa parte dos diretores medíocres que comandaram os filmes e…
Bem, vi todos os longas e fiquei pensando o que fazer com isso. Resolvi então fazer uma lista do pior Sexta Feira 13 para o melhor, com breves comentários. Ignorei o crossover com o Freddy e o remake (que é até decente).
10 – Jason Vai para o Inferno: A Última Sexta-Feira (1993)
Ou aquele que ele é o verme, você tá perdido ele é o verme, saiu batido ele é o verme chegou, você vai dançar tome cuidado, que se não o verme vai esculachar
Diretor (?): Adam Marcus
O pior de todos. Vontade de mandar os responsáveis pro inferno. Os últimos filmes da franquia nos anos 80 não estavam rendendo e, então, a Paramount resolveu vender os direitos para a New Line (dona do Freddy Krueger, veja só). Ao contrário do famoso estúdio hollywoodiano, a nova dona do menino Jason não teve pressa para lançar um novo filme. Se antes era Jason praticamente todo ano nos cinemas, a parte 9 saiu quatro anos depois da 8. Pena que esperaram tanto para lançar uma bagaça dessas. Não adiantou nem chamar o Sean S. Cunningham para produzir. Diretor do primeiro filme, vamos concordar que Cunningham não é nenhum John Carpenter ou Wes Craven, e provou isso definitivamente aqui. Tem quem defenda essa bosta dizendo que tentou entregar algo novo e que tem referências…
O filme começa com Jason, com umas protuberâncias bem esquisitas na cabeçona, perseguindo uma peladona gostosona em Crystal Lake. Ocorre que a peladona é na verdade uma agente que atraiu o filhão da dona Pamela para uma armadilha e ele acaba fuzilado pela SWAT. Apesar de explodir em mil pedaços, seu coraçãozinho (sim, ele tem um) permanece inteiro. Hum.
Bate uma fome irresistível no médico legista e ele come o coração, sendo possuído por Jason que lhe dar aquela força sobrenatural. Ficamos sabendo que o psicopata é um verme parasita (mas, hein?) que passa da boca de uma pessoa para outra pessoa (sapinho perde). Ele quer chegar até sua irmã (?) para poder renascer em todo seu esplendor. Como nada é perfeito, ele também pode ser morto de vez por um familiar. Sim, aqui Jason tem uma irmã. Ela se chama Laurie… Diana. Ela tem uma filha que tem um pequeno bebê. Depois que Jason mata a mana, a jovem e a criança se tornam principais candidatos a emprestar seus corpos para que ele volte.
Esse aqui me deu raiva e nem fã da série eu sou. As vezes parece uma paródia levada a sério. Nem as referências ao Necronomicon (putz), aos Myers (hehehe) ou a garra do Freddy Krueger puxando a máscara de hóquei para debaixo da terra (que deve ter deixado os fãs do horror molhadinhos na época igual os fãs da Marvel hoje com a possibilidade dos xismen no M(eu)CU) salvam isso aqui. De bom mesmo só a maquiagem (mas não levou Oscar como Esquadrão Suicida)
9 – Sexta-Feira 13 Parte 7: A Matança Continua (1988)
Ou aquele que ele enfrenta uma Carrie genérica
Diretor: John Carl Buechler
Nenhuma grande novidade aqui como o subtitulo brasileiro deixa claro. A única diferença para os filmes anteriores é que dessa vez Jason vai enfrentar uma jovem com superpoderes telecinéticos (isso era modinha nos anos 80).
A garotinha Tina morava ali pertinho de Crystal Lake. Numa bela noite quando seu pai bate na sua (dela) mãe, ela corre para o lago, pega um barco e usa seus poderes descontroladamente. Papai que tinha ido atrás dela, suplicando perdão, cai na água. Ele termina afogado e Tina com um trauma.
Anos depois ela volta ao lar com a mãe e um psiquiatra. A desculpa é fazer terapia, mas o médico safado quer mesmo é usar os poderes da jovem para se dar bem. Tina novamente perde as estribeiras, dessa vez com o doutorzinho, vai pro lago e acidentalmente desperta Jason, que estava descansando ali no fundo desde o final do filme anterior, com seus poderes. O grandalhão não perde tempo e começa a matar mais um bando de jovens que fazia uma festinha ali perto. Caberá a Tina (ou seu pai fantasma?) deter o vilão.
Essa parte 7 consolida Jason como o morto-vivo indestrutível que conquistou seu lugar no imaginário dos fãs de horror. Marca ainda a estreia de Kane Hodder no papel do personagem. Ele foi o único que interpretou Jason em mais de um filme (nesse, parte 8, 9 e 10). Fora isso, a maquiagem detalhista do psicopata é excelente. Pena que o filme é bem qualquer coisa com um final cretino
8 – Sexta-Feira 13 Parte 5: Um Novo Começo (1985)
Ou aquele que ele tem um imitador
Diretor: Danny Steinmann
Em Sexta-Feira 13 – O Capítulo Final (rsrsrsrs) Jason é trucidado pelo garotinho Tommy Jarvis. A ideia era encerrar a saga por ai mas dinheiro continuou entrando e o homem quer sempre mais. Assim optaram por um novo começo, mas deixando Jason descansar em paz (?) substituindo-o por um novo assassino.
Então temos um novo cara que começa a se inspirar nas matanças cometidas por Jason (com direito a máscara de hóquei, claro). E ele pode ser o próprio Tommy que, devido ao trauma de infância, está internado naquela que talvez seja a pior instituição psiquiátrica do cinema (que outra já deixou um paciente com um machado nas mãos, cortando lenha?).
No fim do filme, após a resolução do caso do imitador, temos realmente alguém colocando a máscara e prestes a assassinar outro personagem, dando pinta que herdaria o posto do assassino nas próximas sequências (acontece o mesmo depois em Halloween IV, só que melhor) , mas o publico quis Jason de volta e essa bagaça acaba ignorada na parte 6 (que adapta o até bom inicio desse aqui em seu começo).
7 – Sexta-Feira 13 Parte 8: Jason Ataca Nova Iorque (1989)
Ou aquele que ele viaja em um barco e chega em Nova Iorque faltando uns 20 minutos para acabar o filme.
Diretor: Rob Hedden
Embora a parte 6 tenha trazido novidades, foi evidente que a parte 7 não aproveitou muito bem as possibilidades e deixou a cinessérie cair no desgaste. Essa parte 8 faz o mesmo. Ver Jason matando na cidade grande, bem longe de Crystal Lake, até poderia ser interessante. O problema é que só vamos vê-lo andando pela grande maçã com sua mascara de hóquei nos minutos finais da bagaça.
Dessa vez Jason volta a vida quando toma um choque de um cabo de força submerso. Ele não perde tempo e pega carona em um barco com estudantes que vão visitar a cidade grande. Logo faz o que se espera dele e começa a matar os passageiros (incluindo uma Joan Jett genérica e a gracinha Kelly Hu em inicio de carreira). Tal qual o Conde Drácula, ele detona com o navio, levando alguns sobreviventes a pegar um bote e rema, rema até Nova Iorque.
Possivelmente caminhando no mar, ele os persegue e, enfim, também chega a cidade. O problema é que lá ele poderia fazer inúmeras vitimas, mas prefere perseguir a galera que escapou viva do passeio. Aqui Jason é o Droopy. Assim como o cachorrinho das animações clássicas, ele parece ter o dom do teletransporte. Um senso de humor parecido com a parte 6 em algumas cenas, mas é pouco
6 – Sexta-Feira 13- Parte 3 (1982)
Aquele que ele passa a usar a máscara de hóquei
Diretor: Steve Miner
A única novidade nesse aqui é a estreia da famosa máscara de hóquei. No segundo filme ele usa um saco na cabeça para esconder a feiura. O diretor Steve Miner, o mesmo da parte 2, se limita a realizar quase que uma repetição do filme anterior com muito mais mortes e só.
Semana que vem a sequência da lista
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