Review: He-Man (2002)

Eu nunca fui fã de versões atualizadas de desenhos clássicos. Pra você ter uma ideia, o único G.I. Joe que assisti foi o clássico dos anos 80. G.I. Joe não, é Comandos em Ação mesmo. Bem, o lance é que eu nunca havia parado para ver a animação moderninha de He-Man, que rolou em 2002. Apenas esse ano peguei na \”locadora\” pra dar uma conferida.


Gostei muito do que vi inicialmente. Ao contrário da animação dos anos 90, com seu He-Man de rabo-de-cavalo, essa versão da década passada respeita a série original e apenas deixa tudo mais hã…\”sombrio”, apesar de ainda ter algum humor. Os vilões são mais perigosos, He-Man é menos poderoso, personagens tem seus passados explanados…

O desenho começa no passado de Etérnia, onde vemos o futuro rei Randor, pai de Adam, enfrentando o futuro Esqueleto, acompanhado por Mentor e outros guerreiros. Descobrimos então como o feiticeiro Keldor transformou-se no inimigo do He-Man e o desenho vai por tempo presente onde as tropas de Esqueleto fazem sua investida contra Etérnia e o príncipe Adam descobre que é o detentor do poder de He-Man (aquele lance meio Shazam).

Os três primeiros episódios contam a origem do homem mais poderoso do universo e são bem bacanas. Acho que eles deveriam até ser utilizados como base para o esperado novo longa-metragem do personagem. A animação é muito boa, influenciada pelos Dragon Ball Z da vida, heróis e vilões agora se movimentam em combate de forma que as versões clássicas jamais puderam fazer. E o príncipe Adam parece um adolescente e não mais o He-Man sem canela (quem viu os clássicos do Pica-Pau entenderá).

Falando em clássicos, todos os personagens aparecem: Tila, Gorpo, Pacato (que dessa vez não fala, o que faz sentido, embora eu ache que sua versão Gato Guerreiro, por ser um animal mágico, poderia sim abrir a matraca), Feiticeira, Maligna, Homem-Fera, Mandíbula, Aquático, Multi-Faces… enfim, todo mundo repaginado, alguns menos carismáticos, outros mantendo velhas características. Até personagens da linha de bonecos que não foram utilizados no desenho oitentista, como o Cheirume, dão as caras. 

As duas primeiras temporadas são bacanas. Apenas a terceira (e última) destoa. Nela surgem novos inimigos, os Homens-Cobras. Os personagens pretendem ser mais ameaçadores, mas são apenas chatos pra cacete e não convencem, passando longe do carisma de Esqueleto e seu bando. He-Man também ganha uma armadura escrota pra caramba que não serve pra nada.

Cara, isso é pior que as armaduras de Shurato

Infelizmente a bagaça termina antes de revelar Hordak ou aparecer alguma menção a She-Ra. Enfim, como alguém que foi fã da animação clássica nos tempos de muleke, devo dizer que essa nova versão não é de todo mal e, apesar de desgostar da terceira temporada, está longe de ser o desastre que essas novas versões costumam ser.

3.0/5.0

Não gostei dos nomes dos personagens mantidos no inglês por causa dos bonequinhos, mas vale destacar a dublagem que resgata algumas vozes da dublagem clássica e a bem sacada abertura das duas primeiras temporadas que brinca com a abertura do desenho original:

Enfim, se os responsáveis pelo novo filme (que parece que vai sair depois do filme da Liga da Justiça) forem tão respeitosos com o material original, como os produtores desse desenho foram, estaremos no lucro.

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MARC TINOCO

Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios não necessariamente nessa ordem. 


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