Review – Luke Cage
Marvel\’s Luke Cage
Direção: Vários
Elenco: Mike Colter, Mahershala Ali, Simone Missick, : Alfre Woodard, Rosario Dawson, Theo Rossi, Erik LaRay Harvey, Sônia Braga
EUA, 2016
Gostei pra caramba da primeira temporada de Demolidor, achei a superestimada Jessica Jones arrastaaaaaada a beça e a segunda temporada de Demolidor não tão boa quanto a primeira. Demorei, mas fui então, com as expectativas bem baixas, assistir Luke Cage. E ainda assim consegui me decepcionar. Aviso que tem um ou outro SPOILER
Luke Cage foi cobaia de uma experiência cientifica sabotada na prisão, onde foi parar após ser acusado de um crime que não cometeu. Como resultado do experimento mal sucedido, ele adquiriu super-força e uma pele impenetrável. Fugitivo da lei, ele busca reconstruir a vida no Harlem, trabalhando em dois empregos. Quando um conhecido pisa na bola, ele é obrigado a deixar a vida pacata e enfrentar o chefão local, o que o levará a confrontar o passado do qual tenta fugir e decidir se assume ou não o papel de herói.
Luke Cage tem o mesmo problema das demais séries da Marvel/Netflix. os responsáveis acham que falação desnecessária, com muitos diálogos expositivos e repetitivos, é o mesmo que desenvolver roteiro. E tome Luke Cage se lamuriando por incontáveis episódios, sempre batendo nas mesmas teclas. O cara parece um disco arranhado e nos primeiros capítulos é simplesmente insuportável. O vilão interpretado pelo hoje oscarizado Mahersala Ali também não fica atrás. Boca de Algodão não convence nunca com suas gargalhadas forçadas e nem mesmo quando recorre a uma bazuca pra derrubar um prédio. A primeira metade da série se arrasta que é uma beleza. Mesmo o flashback contando a origem de Cage é maçante e as obrigatórias lutas em corredores passam longe da perfeição e da crueza das porradarias mostradas em Demolidor
Com a morte do vilão de Ali e a entrada de Kid Cascavel (que nome merda, huehuehue), a série ganha pelo menos um pouco de ação mas também contornos infantis, disfarçados de drama sério, e fica previsível demais. Os vilões armam para Cage ser acusado da morte do Boca de Algodão e ele tem que fugir e provar sua inocência. Não bastasse, Cascavel usa uma roupa que lhe dar superforça e ataca policiais se passando por Cage. Ah, e Cascavel possui também uma arma com balas capazes de ferir Cage. No final, tudo se resolve risivelmente com um mano a mano entre herói e vilão, que são irmãos por parte de pai, e que destoa completamente da tal \”proposta mais próxima a realidade\” que essas séries teriam. Não adianta vir com papo de armadura criada pelas Industrias Hammer (lembram de Homem de Ferro 2?), o cara se veste de cascavel! A série ainda termina do jeito que começou, e provavelmente a segunda temporada voltará sem novidades, com a mesma laia, diferente de Demolidor e Jessica Jones, que resolveram seus arcos ao menos.
O melhor da série são os números musicais na boate do Boca de Algodão. Deviam ter cancelado tudo mais e feito um musical por lá. No elenco, vale destacar a inexpressividade do protagonista Mike Colter e a forma irritante de Shades, interpretado por Theo Rossi (do novelão Sons of Anarchy), falar. Sorte de Ali que os membros da Academia não viram essa bagaça e que seu personagem esticou as canelas. Kid Cascavel parece um genérico menos louco dos gangsteres vividos por Samuel L. Jackson. Rosario Dawson já pegou as manhas da personagem faz tempo, Simone Missick começa bem e depois faz o que pode com o que lhe deram e Sonia Braga está lá.
Enfim, as séries Marvel/Netflix não são isso tudo que falam delas por aí e vão piorando a cada nova produção. Parece que com Punho de Ferro muitos que se recusavam a constatar essa verdade tomaram um choque de realidade e finalmente perceberam isso. Well, vou conferir a série de Danny Rand e ver se é essa merda toda que disseram. Imagino que deva ser no mesmo nível porque pra ser pior que essa série medíocre do Luke Cage, o troço tem que ser ruim mesmo. Ah, e não volto na segunda temporada.