Galaxy of Terror
Direção: Bruce D. Clark
Elenco: Edward Albert, Erin Moran, Ray Walston, Zalman King, Robert Englund, Taaffe O\’Connel, Sid Haig, Grace Zabriskie
EUA, 1981
Todo estuprador é um verme, mas um verme pode ser um estuprador? Galáxia do Terror é uma das muitas cópias bagaceiras do clássico Alien – O Oitavo Passageiro lançadas nos anos 80. Produzida por Roger Corman, rei dos filmes B, essa podreira cairia no mais completo esquecimento não fosse a cena de estupro envolvendo a loira gostosa da equipe espacial e um verme alienígena.
Por ordem do estranho \”Mestre\”, um ser esquisito com uma sirene de carro de polícia no lugar da cabeça, uma nave espacial com uma equipe de resgate chega ao misterioso planeta Morganthus, em busca do paradeiro da tripulação de uma outra nave espacial que sofreu queda no lugar. Como era de se esperar, a nave deles também acaba fazendo um pouso forçado e eles não conseguem deixar mais o planeta devido a um estranho campo eletromagnético. Eles procuram pelos sobreviventes da outra tripulação, mas não encontram nenhum vivo. Logo eles também começam a ser assassinados das formas mais estranhas, sejam por cristais cortantes ou por bizarras formas de vida. O que acontece, sim, vou dar SPOILER, é que esse planeta transforma os seus piores pesadelos em realidade.
A equipe de resgate do filme parece que serviu de inspiração para a equipe de Prometheus por sua ineptidão (eles também ficam de boa sem capacetes num planeta desconhecido, entre várias outras decisões mais erradas possíveis). Temos a inflexível Capitã Trantor (Grace Zabriskie), o Comandante velho e o pinto não sobe mais Ilvar (Bernard Behrens), o durão Baelon (vivido por Zalman King que, certamente um dos piores atores do mundo, anos depois se tornaria produtor e diretor de filmes eróticos picaretas como Orquídea Selvagem), o bigodudo Cabren (Edward Albert), a péssima psíquica Alluma (Erin Moran, falecida recentemente), o mudo, que se recusa a usar armas de fogo, Quuhod (Sid Haig, figurinha fácil nas produções de Corman e depois nos filmes do Rob Zombie), o cozinheiro com um quê de Ash (o autômato do mal interpretado por Ian Holm em Alien), Kore (Ray Walston), o cagão, que vai pro saco nos primeiros minutos, Cos (Jack Blessing), Ranger (Robert Englund, antes de virar Freddy Kruger), E a louraça belzebu Dameia (Taaffe O\’Connell).
Segundo a Wikipedia, originalmente a personagem de Taaffe seria atacada e devorada pelo verme gigante. Acontece que, momentos antes de fazer a cena, o diretor Bruce D. Clarke perguntou se ela toparia ser devorada no sentido 69. A moça não se opôs a aparecer nua e sua cena entrou para a história dos filmes bagaceiros. Curiosamente, personagem interpretada por Isabelle Adjani transou com um molusco cheio dos tentáculos, só que de forma espontânea, no filmaço Possession, de Andrzej Żuławski, também de 1981.
Se o roteiro é péssimo (com os personagens mudando de características o tempo todo e um final muito do mal ajambrado), e as atuações beiram o cômico, o filme também é uma desgraça tecnicamente. Eles tentam copiar o visual de Alien, mas o orçamento com o troco do pão não deixou. Fora isso, a trilha sonora é horrorosa, os cortes são amadores e o clima de suspense inexiste. Apesar disso, gostei da parte interna da nave e o chroma key, no melhor estilo tokusatsu, sempre me cativa. Achei também bem executadas as cenas do verme tarado e do braço amputado pelos cristais assassinos.
Elas tem o dedo de James Cameron, diretor de segunda unidade da bagaça e responsável pelo design. O rapaz agradou tanto que depois seria escalado para dirigir seu primeiro filme, Piranhas 2 – Assassinas Voadoras. Depois vieram clássicos com Terminator 1 e 2, Aliens, True Lies…Ele então ficaria imerso com o Titanic por uns tempos, se perdendo depois em Pandora até 2025.
Para quem tem bastante senso de humor e gosta de uma boa tranqueira, Galáxia do Terror é uma boa diversão. Um trashezão pra ninguém botar defeito, que ele tem todos.