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Recentemente tive a oportunidade de conferir dois filmes de Fred Olen Ray, um dos mais amados diretores pelos fãs do cinema bagaceira. O cara começou sua carreira comprando filmes poucos conhecidos ou simplesmente incompletos dos ano 70. Inseria peladonas neles e mandava para cinema pé-sujos para ganhar umas verdinhas. Na segunda metade dos anos 80, Fred se especializou em fitas com roteiros ruins, peladonas e atores veteranos decadentes. A partir do anos 90, dirigiria alguns daqueles suspenses eróticos exibidos no Cine Privê da Band. Os dois filmes que escrevo aqui são da segunda fase do homem. Vamos a eles:
Hollywood Chainsaw Hookers
Direção: Fred Olen Ray
Elenco: Jay Richardson, Gunnar Hansen, Michelle Bauer, Linnea Quigley
EUA, 1988
Esse aqui é provavelmente o mais cultuado entre os filmes do Fredão. Acho até que podemos chamar- com boa vontade- de sua obra-prima, hehehe. Provando que brasileiro não tem limites, ganhou por aqui o titulo de Massacre da Serra Elétrica 3: O Massacre Final e enganou muita gente que alugou o vhs. Esperando o Leatherface, eles se deparavam com uma gostosa seminua empunhando a motoserra (boa troca, eu diria). Bom deixar claro que, fora as motoserras, Hollywood Chainsaw Hookers só tem Gunnar Hansen, o Leatherface do Massacre original, no elenco. Saca a safadeza do cartaz nacional:
Well, picaretagens a parte, vamos a- aham- história da bagaça: O detetive Jack Chandler é contratado por uma mãe para encontrar a filha desaparecida. Chandler logo descobre que a moçoila entrou para uma seita de adoradores da motoserra, ligados a um deus egípcio! É sério. Quer dizer, não, não é. Como o aviso no começo do filme deixa claro, não é para você levar Hollywood Chainsaw Hookers a sério. Diferente de boa parte das obras listadas nessa seção, os filme de Olen Ray não são trashões involuntários. Todos os envolvidos estão bem cientes do alto teor de imbecilidades e tosqueiras presentes aqui.
Apesar de ter um interessante clima de sátira noir, com o detetive Chandler (Raymond Chandler, alguém?) narrando suas desventuras, Hollywood fica devendo. Poderia ser bem pior/melhor do que é, mas o filme perde a força antes de chegar ao seu final. Digamos que Olen Ray não explora toda a premissa absurda da forma que, por exemplo, uma Troma fazia em seus clássicos oitentistas. A melhor cena de Hollywood, por exemplo, está logo no inicio, protagonizada pela gostosa com a motoserra no cartaz.
O nome dela é Michelle Bauer, uma das musas dos filmes B da época. Ela faz um strip sensacional e então destroça de forma hilária o incauto que arrastou para o quarto de uma espelunca qualquer. Vale dizer que Michelle não chama a atenção apenas pelo corpo fenomenal, mas também por sua interpretação. A mulher realmente se diverte em cena. Pena que não aparece o tempo todo e, até o duelo com motoserras no final, não há outra cena que rivalize com esse começo.
Hollywood até segue bem chatinho boa parte da metragem, quando cria até um romance do detetive com a protegida, e o destaque acaba ficando mesmo com Gunnar Hansen tentando segurar o riso enquanto fala bobagens e as moçoilas desinibidas. Além de Michelle, Linnea Quigley, a punk que tira a roupa no cemitério em A Volta dos Mortos-Vivos, também integra o elenco.
Embora não atinja todo seu potencial, certamente vale mais apenas assistir Hollywood Chainsaw Hookers do que o remake de Massacre, cometido pelo Marcus Nispel em 2003.
Evil Toons (1992)
Direção: Fred Olen Ray (claro)
Elenco: Monique Gabrielle, David Carradine, Dick Miller, Madison Stone, Michelle Bauer
Batizado por aqui de Magias do Mal…O Verdadeiro Humorror (putzgrila), Evil Toons vem na onda de Uma Cilada Para Roger Rabbit (1988) misturando desenho animado e atores. Mais ou menos.
Quatro gostosas (claro) universitárias são contratadas para limpar uma mansão. Elas ganham um livro de um feiticeiro (David Carradine, vestido de espantalho) e libertam um demônio em desenho animado. Confiram o naipe da animação:
Como Olen Ray lida com um orçamento que é o troco da pinga, o desenhinho não fica muito tempo em cena e logo penetra (hummm…) no corpo de uma das meninas (a atriz pornô Madison Stone, hummm…) para fazer suas vitimas.
Com uma trilha sonora irritante, que gruda mais no cérebro que Show das Poderosas da Anitta ou qualquer uma das composições de Latino, Evil Toons ainda tem menos momentos realmente divertidos que Hollywood Chainsaw. Vale pela presença de Carradine defendendo a grana do aluguel e novamente pelo elenco feminino.
Alem da exuberante Monique Gabrielle, outra musa do cinema bagaceira oitentista, o filme tem uma ponta bacana de Michelle Bauer, onde ela contracena com Dick Miller (aquele carinha que aparece em todos os filmes do Joe Dante).
São dois filmes bem curtinhos e altamente indicados para quem curte bagaceiras. Não me diverti tanto como me diverti com os clássicos da Troma, mas vale uma conferida. Nem que seja para conhecer os talentos de Michelle Bauer.