Crítica – Dynaman (1983 – 1984)

Dynaman não uma das sentais mais queridas, mas ajudou a pavimentar a estética do gênero

Lançado em 1983, Kagaku Sentai Dynaman foi a sétima série da franquia Super Sentai, produzida pela Toei Company. Exibida entre fevereiro de 1983 e janeiro de 1984, a série trouxe algumas inovações e ajudou a pavimentar o caminho para a estética das equipes Sentai nos anos seguintes.

A história gira em torno do combate entre a equipe de heróis e o império Jashinka, uma raça de seres meio-humanos, meio-reptilianos que desejam dominar a Terra. Esses vilões são liderados pelo Imperador Aton e sua motivação é expandir geneticamente sua raça, adicionando um toque de ficção científica à série. Os heróis, por sua vez, fazem parte do Instituto de Ciências Yumeno, liderado pelo Dr. Yumeno. Cada membro da equipe é um especialista em diferentes áreas científicas e tecnológicas, refletindo a ideia de que a ciência e a engenhosidade humana poderiam ser a chave para salvar o mundo.

Dynaman traz pelo menos uma inovação em relação às séries anteriores: os uniformes de pano foram substituídos por trajes de spandex, conferindo aos heróis um visual mais moderno. O design mais elegante e dinâmico antecipou o estilo das temporadas seguintes. No que diz respeito aos roteiros, a série mantém muitas semelhanças com sua antecessora, Goggle Five, apresentando pouco desenvolvimento dos protagonistas e vários episódios que não contribuem para a progressão da trama. Alguns são bastante divertidos, enquanto outros nem tanto. A carga dramática, que se tornaria um elemento marcante nas séries seguintes, está praticamente ausente aqui.

A construção dos vilões já apresenta uma evolução em relação às séries anteriores, antecipando elementos que seriam aprimorados em Bioman, Changeman e nas produções seguintes, com tramas repletas de intrigas e traições, especialmente nos episódios finais. O visual do time do mal é um dos pontos fortes da série, bem mais elaborado e imponente do que a simplicidade vista nas primeiras produções. Destacam-se o veterano Masashi Ishibashi no papel do imponente General Karr e a bela Mari Kouno, que dá vida à sensual Princesa Chimera.

Para os fãs brasileiros, a série traz dois grandes atrativos: Junichi Haruta como Dyna Black e Sayoko Hagiwara como Dyna Pink. Ambos se tornariam rostos conhecidos por aqui em produções posteriores, interpretando vilões marcantes. Haruta daria vida ao filho de Satã Goss, MacGaren, em Jaspion (1985), enquanto Hagiwara encarnaria a diabólica Nefer em Flashman (1986). Haruta já havia interpretado o Goggle Black em Goggle Five e, graças à popularidade do personagem, emendou imediatamente sua participação em Dynaman.

Dynaman traz as típicas cenas de ação frenéticas das séries oitentistas, acompanhadas de efeitos especiais aprimorados para explosões dignas de alegrar Michael Bay. O mecha Dyna Robo, no entanto, deixa a desejar em comparação com seu antecessor, Goggle Robo, apresentando um design mais feiosinho. Nos Estados Unidos, a série recebeu uma versão cômica dublada, que transformava a trama original em uma sátira repleta de diálogos nonsense, no estilo do Tela Class do Hermes e Renato.

Dynaman pode não ser a primeira série que vem à mente dos fãs e dificilmente figura entre as favoritas do gênero, mas cumpre bem seu papel de entretenimento. Além disso, teve um papel importante na evolução do tokusatsu, preparando o terreno para sucessos como Bioman e Changeman, e ajudando a consolidar o formato que definiria a franquia nos anos seguintes.

Cotação: