The Favourite
Diretor: Yorgos Lanthimos
Elenco: Olivia Colman, Rachel Weisz, Emma Stone e Nicholas Hoult
EUA, Reino Unido, Irlanda. 2018
A Favorita mostra o pequeno universo da rainha Anne (Olivia Colman), que supostamente governa a Inglaterra, mas demostra praticamente nenhum interesse por política, economia ou guerra. Suas decisões são tomadas muito mais baseadas em afeições e trocas de favores do que em qualquer conhecimento a respeito da realidade do país.
De saúde frágil, ela passa a maior parte do tempo em seus aposentos, sendo acompanhada pelas primas Sarah (Rachel Weisz) e Abigail Masham (Emma Stone), que disputam o favoritismo da rainha, manipulando-a, cada qual com seus próprios interesses. Contudo, Anne não é nenhuma pobre vítima. Cheia de caprichos, como uma criança birrenta, ela também manipula as primas e usa-as para seu entretenimento.
Dessa forma, A Favorita satiriza a nobreza, em seus costumes, modas e artificialidade, mostrando-a grotesca e totalmente afastada das necessidades do povo. Entretanto o centro das atenções do filme é muito mais a direção do grego Yorgos Lanthimos do que qualquer outro elemento da narrativa.
A Favorita me lembra os poetas parnasianos e sua arte pela arte. No caso, o filme pelo filme. A afetação das atuações e situações ridículas que ocorrem são compreensíveis, por conta do tom de farsa que o filme adota. Entretanto outros recursos, como as lentes grande-angulares, que causa distorções que dão um efeito próximo a o olhar através de um olho mágico, estão lá sem um objetivo, exceto o de parecer estiloso.
No mais, o trio de protagonistas parece se divertir com suas personagens e seguram a atenção do filme, que é desnecessariamente longo e em certo ponto fica até repetitivo. Além disso, os figurinos são impecáveis e os cenários transmitem o luxo da corte inglesa.