Alienator
Direção: Fred Olen Ray
Elenco: Jan-Michael Vincent, John Phillip Law, Leo Gordon, Dyana Ortelli , Richard Wiley, Robert Clarke, P. J. Soles, Ross Hagen, Dawn Wildsmith, Teagan Clive
EUA, 1990
Fazia tempo que eu não assistia um bom filme ruim. Aquelas produções toscas tão ruins, mas tão ruins, que dão a volta e ficam boas. Alienator – A Exterminadora Indestrutível (1990) é um belo exemplo desse tipo de filme. Não é um desastre como The Room ou Cinderela Bahiana, Até porque o diretor Fred Olen Ray, especialista no cinema tranqueira fantástico, tem alguma noção do que é fazer um filme, mas é diversão na mesma proporção.
Alienator (Alien + Terminator, risos) é uma pepita do cinema-trash-scifi-reaça por falta de uma melhor definição da minha parte, no momento em que escrevo essas mal traçadas. Segundo o próprio Olen Ray, essa bagaça é meio que um remake de The Astounding She-Monster, filme B de 1957. A presença no elenco de Robert Clarke, protagonista daquele filme, confirma. Alienator ainda tem a participação de dois outros veteranos desse cinema que inspira Olen Ray, Leo Gordon e Robert Quarry. Bem, vamos a trama.
Kol (Hagen), líder de um grupo rebelde, se encontra no corredor da morte, aguardando o momento de sua execução. Jan-Michael Vincent ( o astro da série oitentista Águia de Fogo) é o comandante linha dura da prisão espacial, que recebe a visita de um oficial (Clarke), que tem umas ideias pacifistas. Acontece uma falha no funcionamento da penitenciaria e Kol aproveita para fugir. Pilotando uma nave, ele chega no planeta Terra. Em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, ele é atropelado pelo carro em que viajam dois jovens casais de namorados, que pedem ajuda para o policial local, Ward Armstrong (Law). Enquanto isso, uma androide alienígena (interpretada pela fisiculturista Teagan), é enviada para exterminar o fugitivo. Os humanos são pegos no meio de um confronto que não entendem e agora tem que tem que lutar por suas vidas. Eles ainda vão contar com a ajuda de um coronel veterano reacionário que vive em uma cabana no meio da floresta.
Embora lançado em 1990, o filme é o habitual das produções bagaceiras dos anos 80, antes dos defeitos visuais da Asylum, que acabaram com a graça do cinema tranqueira. Mesmo comprometido com o baixo orçamento, Olen Ray entrega um filminho até bem movimentado e até constrói uma situação interessante onde podemos perguntar se os humanos fizeram a escolha certa ficando do lado do fugitivo ou não.
A exterminadora do subtítulo nacional (que é indestrutível ou implacável, dependendo do site que você pesquisar) aparece em cena apenas na metade do filme, com um trabuco “futurista” e pouca roupa, destacando o corpo musculoso e sexy de Teagan Clive. Interessante que Olen Ray não sexualiza demais a moça apesar da vestimenta (menos que o Ayer com a Margot Robbie no Esquadrão Suicida, por exemplo). Ele a filma mais nas sombras e não focaliza a bunda dela em nenhum momento. E estou falando do diretor de Hollywood Chainsaw Hookers e Evil Toons. Aqui ele prefere mostrar a androide fazendo carinho em um cervo, conferindo humanidade a personagem depois dela atirar com laser em alguns humanos.
Além dos veteranos do horror B e de Jan Michael Vincent, que parece ter feito suas cenas de pileque, vale destacar no elenco a presença de John Phillip Law, eterno Sinbad e Diabolik, e da lindinha P. J. Soles, de Carrie: A Estranha e Halloween: A Noite do Terror. As contas precisam ser pagas.
3.5/5.0 |
P.S: Eu confundia John Phillip Law com Terence Stamp tempos atrás. Depois fui ficar sabendo que o General Zod nunca pegou a Barbarella…
MARC TINOCO
Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios não necessariamente nessa ordem.