Review – Animais Noturnos (2016)

Animais Noturnos

Nocturnal Animals
Direção: Tom Ford
Elenco: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson, Armie Hammer, Isla Fisher, Jena Malone, Laura Linney, Ellie Bamber
E.U.A., 2016.



Sim, eu sei que já está em cartaz há um bom tempo, mas na correria e com vários filmes indicados ao Oscar para ver e comentar, só agora escrevo sobre Animais Noturnos. Com certeza um dos filmes mais injustiçados do ano. Mais um grande trabalho de Tom Ford, impecável em todos os quesitos e o filme tem apenas uma indicação ao Oscar, ator coadjuvante para Michael Shannon.

Sete anos depois de dirigir “Direito de amar”, título nacional cafona para “A Single Man”, o estilista e cineasta Tom Ford realizou Animais Noturnos, uma obra que impressiona e intriga tanto na estética quanto na trama que o filme conta.


A história é sobre Susan (Amy Adams) negociante de arte que está tendo problemas no relacionamento com o marido (Armie Hammer). É quando ela recebe um manuscrito de Edward (Jake Gylenhaal), seu ex-marido. O manuscrito é o primeiro livro que Edward conseguiu terminar, chamado “Animais Noturnos” e conta a história de Tony Hastings, interpretado pelo próprio Gylenhaal, homem em viagem com sua esposa (Isla Fisher) e filha (Ellie Bamber), que na estrada encontram uma gangue de jovens criminosos, o que vai ter consequências tristes. Enquanto Susan ler o livro ela relembra quando estava com Edward e quando se separaram. A partir daí o que surge na tela a partir do texto do livro são várias metáforas para compreendermos a própria personagem Susan.


O filme é baseado no livro “Tony and Susan”, de Austin Wright. Nas narrativas que se interconectam a história do livro é, sem dúvida, o que mais prende a atenção. Temos Jake Gylenhaal numa performance desesperadora, digna de Oscar, como um homem que se ver aterrorizado quando se descobre incapaz de proteger sua família. Há ainda a boa interpretação de Aaron Taylor-Johnson como o líder da gangue e Michael Shannon excelente como o policial responsável pelo caso de Tony, que está prestes a morrer de câncer, desiludido com a própria carreira, a dificuldade de se fazer as coisas andarem na polícia, ele não tem mais nada a perder. Destaque também para o sotaque que Shannon apresenta.


A academia parece não gostar de Jake Gyllenhaal, pois vem o ignorando constantemente, se houvesse justiça entrava fácil concorrendo por esse filme.  Também não dá para deixar de falar da ausência de Amy Adams na categoria de melhor atriz, só a desenvoltura dela ao compor sua personagem na enorme quantidade de closes que Ford dá no rosto dela para demonstrar a crise de existencial da personagem, já seria suficiente.


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DRÉ TINOCO

\"André

Professor de Geografia, cinéfilo nas horas vagas 


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