Review – Colossal

 Colossal

Direção: Nacho Vigalondo
Elenco: Anne Hathaway, Jason Sudeikis, Dan Stevens, Tim Blake Nelson, Austin Stowel,
Canadá/ Espanha, 2016

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Em meio a tantos reboots, remakes e sequências, é sempre bacana quando pinta um filme com uma ideia original ou, ao menos, inusitada como esse Colossal. Dirigido pelo espanhol Nacho Vigalondo (que fez o bom Perseguição Virtual, com Elijah Wood e a belíssima Sasha Grey), Colossal é uma mistura de comédia dramática indie com filmes de monstros à la Godzilla.

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Anne Hathaway vive Glória, uma alcoólatra que deixa New York e volta para sua cidade natal após o término de um relacionamento. É quando também começam noticias sobre um misterioso monstro gigante que aparece do nada em Seul, na Coréia, provocando pânico. Glória então percebe que, de alguma maneira, ela tem conexão com esse estranho evento, que também vai envolver um problemático colega de infância. A partir dai é melhor eu não contar mais nada sobre enredo a fim de evitar monstruosos spoilers.

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A analogia que Colossal faz de assuntos pesados como o alcoolismo e também relacionamentos abusivos com a destruição causada pelo monstro é bem óbvia. Vigalondo aposta em um tipo de comédia dramática que causa um constante estranhamento. com vários momentos em que você não vai saber se é pra rir ou não. Ao mesmo tempo que ele trata temas tão espinhosos de maneira alegórica, não deixa de dar um toque de realidade, evitando a comédia sem noção que o filme poderia vir a ser tornar. Esse clima de estranhamento, e a persona de Anne, é tão cativante que mesmo quando Vigalondo resolve \”explicar\” o fenômeno, não compromete o ineditismo da proposta e o envolvimento com a protagonista do filme.

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E que bela protagonista. Hathaway está muito bem, convincente num papel que talvez pudéssemos achar que funcionaria melhor interpretado por, talvez, Aubrey Plaza. Destaque também para Jason Sudeikis, um Ben Affleck com talento, que interpreta o tal colega de infância de Gloria. Ele torna verossímil todas as viradas de seu personagem, com suas facetas que vamos conhecendo ao longo do filme. O restante do elenco não tem muito a fazer e temos até um Tim Blake Nelson com um interessante personagem, infelizmente desperdiçado.

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Vamos ao monstro. Os efeitos são bem bacanas para uma produção pequena e a aparência do bicho é menos genérica do que a da criatura de Cloverfield por exemplo. Esse que vos escreve é um fã de tokusatsu (Spectreman, Jaspion, Changeman) e afirma categoricamente que o visual do bicho ficou bem próximo dos seres mostrados nesses seriados. Para ficar melhor só se fosse alguém em uma fantasia no meio de algumas maquetes. Também temos as pessoas que insistem em continuar frequentando os mesmos lugares sempre atacados pelo monstro, como acontece naquelas produções.

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Quem for assistir Colossal achando que vai ver uma comédia rasgada com monstro gigante e se depara com uma comédia dramática de relacionamentos, certamente vai se decepcionar, até porque o monstrão fica em segundo plano a maior parte da metragem, mas quem embarcar nas viagens do filme vai curtir. Pode ficar faltando alguma coisa, mas o desenrolar da história mesmo não sendo perfeito, prende a atenção até o belo desfecho. Peculiar, interessante e com Anne Hathaway cada vez mais linda, Colossal é uma grata surpresa em meio as tramas tão repetitivas dos filmes hollywoodianos atuais

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