Review – Com Amor, Van Gogh

Loving Vincent

Direção: Dorota Kobiela, Hugh Welchman

Elenco: Douglas Booth, Jerome Flynn, Saoirse Ronan, Helen McCrory, Chris O´Dowd, John Sessions, Eleanor Tomlinson, Aidan Turner

Polônia/Reino Unido, 2017

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Em cartaz nos cinemas brasileiros \”Com Amor, Van Gogh\” foi lançado no final do ano passado e já havia sido exibido na Mostra Internacional de São Paulo, desde lá já chamou a atenção pela estética diferenciada e vinha sendo comentado em redes sociais. Trata-se de uma cinebiografia em animação feita a partir de pinturas a óleo inspiradas nos quadros do biografado Vincent Van Gogh, pintor holandês que viveu de março 1853 a julho de 1890 quando faleceu na França, ele é considerado por muitos pai da arte moderna.

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O roteiro de Dorota Kobiela, Hugh Welchman e Jacek Dehnel não pretende cobrir toda a vida de Van Gogh, ainda que apareça momentos chave como aquele em que cortou a própria orelha. O filme aborda uma investigação sobre  a morte de Van Gogh num misterioso suicídio. Por meio das suas telas e dos personagens que ali habitam conhecemos mais da sua história e da sua personalidade genial e atormentada.

As cartas que ele escreveu também são ponto de partida. A história se desenrola quando Armand Roulin (Douglas Booth), filho do carteiro amigo de Van Gogh e responsável por entregar suas cartas, recebe a missão de entregar a última carta do pintor para seu irmão Theo, porém Armand descobre que o irmão também faleceu e embarca numa viagem para o local onde Van Gogh teria tirado sua vida. Lá ele conhece vários personagens que estiveram próximos do artista, como o médico e pintor frustado Dr. Gachet ( Jerome Flynn) e sua filha Marguerite (Saoirse Ronan) e acha as circunstancias da morte de Van Gogh cada vez mais estranhas.

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Para desenvolver essa trama toda animada em pintura a óleo foram contratados 125 pintores que reproduziram os fotogramas filmados com o elenco. O que não é exatamente novidade, pois é parecido com o feito em \”O Homem Duplo\” de Richard Linklater, mas a técnica é diferente já que o filme citado era em rotoscopia digital. O que causa um impacto visual mesmo em \”Com amor Van Gogh\” é o fato de se tratar das telas do artista  ali, como se ganhassem vida. É um filme realmente muito bonito.

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O que não chega a ser fantástico no filme é exatamente a trama em si. Se usar técnica de animação sobre cenas filmadas não é novidade, o resultado a partir da tinta a óleo torna a experiência visual diferente e belíssima. Já a trama biográfica de investigação da morte de alguém famoso já feita em outros filmes não apresenta mesmo nenhuma novidade e parando pra pensar se percebe que se o filme não fosse realizado como uma animação utilizando essa técnica como se o próprio Van Gogh o fizesse, ele não seria muito comentado nem lembrado daqui a um tempo.

Mesmo a técnica de apresentar as cenas do passado em cinquenta tons de cinza enquanto as cenas do presente aparece em cores vivas, o que é um recurso para reforçar a solidão de Van Gogh, acaba soando como uma mera técnica para diferenciar passado do presente e com tantas pessoas que o protagonista conversa, chega uma hora que você já sabe que vai entrar um flashback, não tem surpresa na narrativa.

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Ainda assim o filme contribui para que conheçamos um pouco mais de Van Gogh, muito mais que um pintor que arrancou a orelha. Muitos não sabiam, por  exemplo, que ele só vendeu um quadro em vida, mas deixou em torno de 860 pinturas a óleo dentro de umas duas mil obras prontas, e só foi reconhecido como gênio após sua morte, seu estilo não era compreendido naquele tempo.

Assim, vale muito a pena assistir \”Com Amor, Van Gogh\”. O filme está sendo indicado a tudo quanto é prêmio de melhor animação e provavelmente estará no Oscar, mas deverá perder para \” Coco\” – \”Viva – A Vida é uma Festa\” – da imbatível Pixar, como foi no Globo de Ouro e no Critics Choice Awards.

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