Manchester à Beira-Mar
Manchester by the Sea
Direção: Kenneth Lonergan
Elenco: Casey Affleck, Lucas Hedges, Kyle Chandler, Michelle Williams, Gretchen Mol, Matthew Broderick
EUA, 2016
No subúrbio de Boston, Lee Chandler trabalha como zelador em um pequeno conjunto de apartamentos. Quando seu irmão mais velho morre, ele volta à sua cidade natal e se surpreende com sua nomeação como tutor do sobrinho. Nesse retorno, Lee terá de lidar com memórias dolorosas. Forte, melancólico, intenso, amargo, pesado. São alguns dos adjetivos que Manchester à Beira-Mar vem recebendo. E sim, eles definem bem o filme.
É uma obra que você deve evitar ver caso esteja, como dizem por aí, na bad. O diretor Kenneth Lonergan dirige com competência e realiza um drama pungente sem nunca recorrer a estratagemas fáceis comuns ao gênero, como música dramática estourando os tímpanos ou personagens chorosos e histéricos, para emocionar. Não é mesmo indicado para fãs do cinema chororô, tipo A Teoria de Tudo e afins, ou dramas edificantes, mais comuns nas nomeações ao Oscar. A história de Chandler é contada com muita sensibilidade, explorando a complexidade de seus personagens, de maneira nunca óbvia. É um filme de personagem. Um filme sobre a dor da perda e sobre como cada um lida com ela.
Casey Affleck se confirma o ator mais talentoso dos irmãos Affleck, trabalhando bem as nuances de seu personagem e transmitindo de forma eficaz o seu sentimento de perda. Uma interpretação que passa ao espectador toda a tristeza e culpa que Lee Chandler carrega consigo. Lucas Hedges também está ótimo. Seu adolescente lidando com a morte do pai é um excelente contraponto ao personagem de Affleck. Michelle Williams aparece pouco na trama, mas apenas em uma cena, magnifica, sua indicação ao Oscar de Atriz Coadjuvante é plenamente justificada. Destaque ainda para o bom Kyle Chandler.
Volto a afirmar que o filme é dirigido com extrema competência por Kenneth Lonergan. Fotografia, locações, música. Cada detalhe pensado com maestria para passar ao espectador a atmosfera angustiante que a história pede. E temos um grande filme
5.0/5.0 |
MARC TINOCO
Cinema, música, tokusatsu e assuntos aleatórios não necessariamente nessa ordem.