Review – Mapas Para As Estrelas (2014)

Mapas Para As Estrelas

Maps To The Stars
Direção: David Cronenberg
Elenco: Julianne Moore, Mia Wasikowska, Evan Bird, John Cusack, Olivia Williams, Robert Pattinson, Sarah Gadon e Carrie Fisher
França, Canadá, 2014



Mapas Para as Estrelas é, ao mesmo tempo, uma sátira a Hollywood e uma tragédia grega, pontuada com elementos como incesto, desejos sexuais reprimidos, traumas de infância, culpas e conflitos entre pais e filhos, através de personagens perturbados, cujas histórias se interligam.

Agatha (Mia Wasikowska), que teve o corpo e rosto parcialmente queimados, está voltando a Hollywood, depois de passar anos tratando problemas mentais. Ela aluga uma limusine dirigida por Jerome (Robert Pattinson), para visitar casas de estrelas e locais famosos. Jerome é um aspirante a ator que trabalha como motorista para pagar as contas. 



Por intermédio de Carrie Fisher (participação especial da eterna Princesa Léia), Agatha consegue um trabalho de assistente para a atriz Havana Segrand (Julianne Moore). Havana sofreu grandes traumas na infância, relacionados à sua Mãe (Sarah Gadon), uma estrela do cinema, que faleceu em um incêndio. Para completar, a carreira de Havana está em declínio e ela está obcecada em conseguir um papel que fora de sua mãe, em um remake e, por isso, tem sessões constantes com o psicanalista de autoestima, Dr. Stafford Weiss (John Cusack). Este, por sua vez, não tem uma família muito feliz. Christina (Olivia Williams) é sua esposa,  responsável por administrar carreira do filho de 13 anos, Benjie (Evan Bird) um jovem ator de sucesso, porém já com problemas com drogas. Benjie e Aghata são irmãos.

O enredo vai explorando os “esqueletos no armário” de cada personagem, todos com algum trauma e até algum indicio de perturbação mental, como enxergar fantasmas. Através dessa gama de desajustados, estereótipos propositalmente caricatos, Cronenberg destila seu sarcasmo por toda a máquina hollywoodiana, envolvida em falsidades, egoísmo, troca de favores, jogos sexuais e drogas.



O elenco está impecável. mas o destaque é mesmo Julianne Moore. No inicio desse ano, Julianne ganhou (merecidamente) o Oscar de melhor atriz por Para Sempre Alice, mas sua performance em Mapas Para as Estrelas é ainda mais desafiadora. Havana é exagerada em todos os aspectos, dramática, desesperada, irritante e patética com seu tom de voz infantilizado e incapacidade de perceber que não é mais jovem, ao mesmo tempo, ela é falsa e cruel. Administrando todas essas nuances, Julianne consegue tornar a personagem estranhamente engraçada, provocando múltiplas reações no espectador. Por exemplo, é enojante a cena que Havana comemora a morte de um garotinho, pois isso lhe garante o papel que queria, já que a mãe estaria abalada demais e não poderia realizar as filmagens, mas é difícil evitar o riso também, dado o tamanho da falsidade da personagem.


Com montagem ágil e trama perturbadora, Mapas Para as Estrelas é mais um acerto na brilhante carreira de David Cronenberg e o melhor do diretor, desde o ótimo Senhores do Crime, de 2007.
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DRI TINOCO

Apaixonada por música, cinema e gatinhos. 

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