The Final Girls
Direção: Todd Strauss-Schulson
Elenco: Taissa Farmiga, Alexander Ludwig, Malin Akerman, Nina Dobrev
EUA, 2015
Um filme que não me lembro de ver muita gente comentando e que vi recentemente na Netflix. Uma sátira bem divertida aos slashers dos anos 80, principalmente a franquia Sexta-Feira 13.
Max (Farmiga) é uma estudante que perde a mãe, ex-atriz de filmes de terror, em um acidente de carro. Alguns anos depois ela é convidada a comparecer em uma sessão especial do filme que marcou a carreira da mãe. Fugindo de um evento catastrófico no cinema, ela e alguns amigos vão parar dentro do filme e terão que lidar com Billy, uma versão do mítico Jason Vorhees. Já deu para perceber que quem escolheu esse titulo em português nem deve ter assistido o longa. A premissa é parecida com a de O Ultimo Grande Herói (Last Action Hero, de 1993, onde um garoto entrava em um filme estrelado por Schwarzenneger). Os personagens vão parar dentro do próprio filme e não nos bastidores de alguma produção, pô.
Apesar de ser bem clean, sem gore e nudez, The Final Girls me divertiu bastante com a inteligência com que brinca com os clichês do subgênero mais popular dos filmes de terror nos anos 80. Não se trata de colocar referências óbvias para a gente ficar reconhecendo durante a exibição. São pequenos detalhes como colocar atores com mais de ou beirando os 30 anos para interpretar os jovens do filme ficticio “Camp Bloodbath”. Há ainda as atuações caricatas e os diálogos toscos, tudo intencional.
Há ainda uma trama interessante entre mãe e filha que, bem conduzida, não aborrece e ótimas piadas, envolvendo de George Michael a flashbacks. Não lembro de ter rido muito com outros filmes recentes que também brincam com clichês do horror, como a Babá ou O Segredo da Cabana. The Final Girls ganha mais pontos ao nem perder tempo com explicações tolas. Afinal, é uma comédia e ela segue viajada até o final bem bacana, que te deixa com vontade de ver uma sequência.
Gostei bem mais que o famosinho O Segredo da Cabana, que acho apenas ok. The Final Girls brinca com os estereótipos do gênero ao mesmo tempo que constrói bons personagens nunca apelando para piadas fáceis, evitando se tornar um besteirol como aquela franquia protagonizada pelos irmãos Wayans (urgh!). Uma bela homenagem a mitologia do slasher, que te faz rir e emociona ao mesmo tempo. Acho que é o melhor exercício de metalinguagem que vejo desde o já citado Last Action Hero.
Não deixe de assistir os créditos finais. Ah, e você vai ficar um bom tempo com “Bette Davis Eyes” na cabeça.
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