Review – Shin Kamen Rider (2023)

Shin Masked Rider

Shin Kamen Rider
Diretor: Hideaki Anno
Elenco: Sosuke Ikematsu, Minami Hamabe, Tasuku Emoto, Nanase
Nishino, Shinya Tsukamoto, Toru Tezuka, Suzuki Matsuo e Mirai
Moriyama
Japão, 2023


Escrito e dirigido por Hideaki Anno, Shin Kamen Rider foi
produzido para comemorar o 50º aniversário do primeiro Kamen Rider
da Toei Company (o que aconteceu faz dois anos, mas tudo bem) e ainda
é o quarto e último filme do que chamam Shin Japan Heroes Universe,
começando com Shin Godzilla (2016), seguindo com Evangelion: 3.0+1.0
Thrice Upon a Time (2021) e Shin Ultraman (2022) e terminando nesse
aqui. Mas você pode tranquilamente ver um filme sem precisar ver o outro
pois não existe ligação apesar dessa história toda. Eu mesmo não
assisti o anime. Só fizeram um mecha massavéio com os 4 personagens
para vender bonequinho.


Shin Kamen Rider conta a história de Takeshi Hongo (Ikematsu), um
jovem que é transformado pela organização Shocker em um homem-gafanhoto, com capacidade sobre-humana. Antes de passar pelo
expediente da lavagem cerebral, ele é salvo por Ruriko Midorikawa
(Hamabe), uma ex-agente da organização. Hongo e Ruriko se unem para
aniquilar a organização e impedir seus planos de conquistar a
sociedade, recontando assim a trama básica da série clássica de
1971.


Enquanto em Shin Ultraman, que não foi dirigido por Anno mas por
seu comparsa Shinji Higuchi, tudo é mais episódico, com uma
adaptação de momentos importantes da série clássica, sem muita
ligação entre si, em Shin Kamen Rider acompanhamos os
personagens enfrentando vários inimigos até chegarem ao chefão no
melhor estilo joguinho de luta (ou de qualquer anime de lutinha).
Isso por que a série original, apesar de durar 98 episódios, tem
poucos momentos marcantes ao contrário de Ultraman. As referências
ficam mais no campo visual, com a movimentação dos personagens, o
monstro usando um carro normal para se locomover e a aparição dos
Shocker Riders. Mesmos aspectos importantes como a crítica ao
nazismo e a natureza do homem mutante ficavam diluídos na repetição
de ideias e ação que é a série de 1971. Provavelmente foi mais
fácil para Anno incorporar Godzilla e Ultraman ao seu universo.
Tanto que aqui ele trabalha com elementos novos, inexistentes na
produção clássica, como o Prana.


Apesar dessas mudanças, que pra mim torna mais rica a saga do
herói, Shin Kamen Rider é fiel ao material original em sua
essência. Sequências de ação, que eram o forte de Kamen Rider,
são reproduzidas aqui com exatidão e toda a beleza plástica já
conhecida do Shin Universe de Anno. Ao mesmo tempo que põe toda sua
filosofia na obra ele não hesita em explorar toda a gama de
possibilidades de um tokusatsu. É tudo colorido e exagerado como
deve ser, sem medo das limitações da computação gráfica. Essa
mistura nos entrega grandes momentos como o embate no topo de um
edifício que lembra uma colmeia e a perseguição de motos pelos já citados Shocker Riders.


Shin Kamen Rider é uma competente, bela e violenta releitura de um
dos ícones da cultura pop japonesa. Uma releitura que enriquece a
trama original sem descaracterizara. Desde já o melhor filme de
super-herói do ano. Está disponível no catálogo do Prime Video,
mas, certamente uma artimanha da Shocker, como Shin Masked Rider. E, sim, você não precisa ver Kamen Rider de 1971 para embarcar na viagem e curtir. É divertido ver para pegar as referências e tal? Sim.

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