Enfim, estou assistindo algumas séries da franquia Super Sentai que nunca foram exibidas no Brasil. Super Sentai, para os não iniciados, são aquelas séries japonesas com aqueles esquadrões coloridos (Changeman, Flashman e etc). Comecei com seriados da mesma década dos exibidos por aqui (lógico que ainda pretendo ver alguns de 2000 pra frente): Bioman (1984), Liveman (1988), Turboranger (1989) e fui para Jetman (1991), considerada a melhor do gênero por muitos fãs.
No último fim de semana terminei Dairanger, que é agora minha segunda série favorita dessa franquia (depois de Flashman). Gosei Sentai Dairanger foi a 17ª série da franquia produzida pela Toei Company, lançada em 1993, teve elementos adaptados para a segunda temporada da famosa Power Rangers.
Há milhares de anos, na antiga China, existiam duas tribos. Uma queria o fim da humanidade (eu entendo quando leio as noticias do dia no Twitter) e a outra não. Lógico que deu guerra e essa só terminou com a quase extinção dos dois grupos. Nos anos atuais (agora não pois era 1993) a tribo malvada, chamada de Gouma, ressurge para tentar acabar com a humanidade mais uma vez. O misterioso Mestre Kaku reúne então um grupo de jovens, que usam o poder oculto das artes marciais chinesas para combater os inimigos. Os heróis são Ryou, Daigo, Shouji, Kazu e a bela Rin. Mais tarde o garoto Kou se junta a eles para enfrentar os 3 generais sadomasô de Gouma e seus comandados.
Dairanger é o que Maskman sonhou em ser. Uma série com ótimas cenas de luta, mas também com bons personagens. Os protagonistas são carismáticos. Suas personalidades são muito bem desenvolvidas no decorrer dos episódios, assim como suas relações com os aliados e vilões. Os personagens coadjuvantes são também muito bem aproveitados: A rivalidade de Ryou e Jin (outro grande momento de Yutaka Hirose na franquia), o amor de Daigo e Kujaku, as trapalhadas de Shouji e dos 3 Patetas e Rin fazendo as vezes de mãe para Kou.
Me decepcionei muito com Turborangers exatamente por desperdiçar o fato dos heróis serem estudantes, mas Dairanger não joga fora nenhuma possibilidade de trabalhar bem as características de cada personagem. Dairanger também rompe com vários clichês da franquia. Seus mechas podem surgir em qualquer momento e não apenas no final de episódio, e tem um papel maior em toda a série, além de possuírem um design lindão.
Bem humorada ou séria quando o momento pede, a trama é muito bem conduzida, culminando em um dos finais mais bacanas não só da franquia mas do gênero tokusatsu como um todo. Dairanger é sobre a eterna luta do bem e do mau. Essa luta pode ter um fim? É possível acabar com ela? Um não precisa do outro? Com um encerramento que vai lindamente da tristeza para o humor, Dairanger é umas das mais densas e perfeitas sagas dos esquadrões coloridos da Toei. Merece ser reverenciada.